Arlindo, que por quase um ano e meio ficou internado após o AVC, deixou de se apresentar e vinha lidando com as complicações da doença desde então.
O cantor, compositor e multi-instrumentista Arlindo Cruz morreu aos 66 anos, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por sua esposa, Babi Cruz. O sambista estava internado no hospital Barra D’Or e lutava contra as sequelas de um acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico que sofreu em março de 2017.
Em comunicado de luto, a família do artista lamentou a perda, destacando o legado de Arlindo Cruz como um “poeta do samba, um homem de fé, generosidade e alegria, que dedicou sua vida a levar música e amor”.
O legado do “sambista perfeito”
Nascido em 1958, no Rio de Janeiro, Arlindo Domingos da Cruz Filho foi um dos sambistas mais aclamados do Brasil. Apelidado de “o sambista perfeito”, em referência a uma de suas composições com Nei Lopes, ele foi homenageado em uma biografia com o mesmo nome, lançada este ano.
Além de sua voz e talento como compositor, Arlindo se destacou como instrumentista, dominando o cavaquinho e o banjo. Suas primeiras gravações em estúdio foram feitas com a ajuda de Candeia, seu “padrinho musical”.
Ainda jovem, ele passou a frequentar as famosas rodas de samba do Cacique de Ramos, onde tocou com lendas como Jorge Aragão e Beth Carvalho. Lá, formou parceria com Zeca Pagodinho e Sombrinha, e teve mais de dez músicas gravadas por outros intérpretes.
Em sua trajetória, Arlindo Cruz substituiu Jorge Aragão no Fundo de Quintal, onde permaneceu por 12 anos. O sambista seguiu uma carreira de sucesso com mais de 550 músicas gravadas, além de se dedicar aos sambas-enredo de sua escola de coração, o Império Serrano. Em 2023, ele foi o enredo da escola no carnaval.
Em sua carreira solo, ele lançou DVDs e CDs de sucesso, como Arlindo Cruz MTV Ao Vivo (2009) e Batuques e Romances (2011), que contaram com participações de grandes nomes como Alcione e Caetano Veloso.