Uma nova iniciativa cultural começa a circular por Belém e regiões do Pará nesta semana: a exposição itinerante “Charges do Resistência”, promovida pela Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh). O objetivo é resgatar memórias da ditadura militar (1964-1985) na Amazônia por meio de charges publicadas no Jornal Resistência, veículo alternativo de oposição ao regime.
A mostra foi lançada durante a 3ª Conferência Estadual de Direitos Humanos, que acontece no Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ) e no Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), no bairro do Guamá, em Belém.
São 28 charges históricas, selecionadas por jornalistas Paulo Roberto Ferreira e Walter Pinto, além da professora Anna Júlia Lustosa.
As charges foram originalmente publicadas no Jornal Resistência, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH). O periódico atuava como meio de denúncia e resistência: falava de tortura, repressão policial, censura, conflitos agrários, ausência de eleições livres e repúdio ao autoritarismo.
Após a apresentação inicial em Belém, a exposição vai circular por escolas, universidades e espaços públicos como Usinas da Paz. A ideia é alcançar um público amplo estudantes do ensino médio, universitários, professores e movimentos sociais e fomentar reflexões sobre democracia, memória e direitos humanos.
A estimativa é que a mostra atinja cerca de 10 mil pessoas ao longo de sua itinerância
A exposição ajuda a preencher lacunas na memória histórica, especialmente na Amazônia, onde muitos relatos de violência e repressão do regime militar ficaram menos conhecidos nacionalmente. Manter viva essa memória é uma forma de fortalecer valores democráticos e dar voz aos que sofreram com censura ou repressão.
A secretária Edilza Fontes, à frente da Seirdh, comentou que a arte no caso, a charge é um instrumento poderoso de crítica social, com capacidade de falar do passado e mostrar sua relação com o presente.
Abertura: 02 de outubro de 2025, às 18h, no ICJ e ICSA da UFPA, em Belém.
Depois disso, seguirá para outros espaços educativos e culturais no Pará.
Imagem: Agência Pará