O Censo 2022 do IBGE revela que os evangélicos representam hoje 26,9% da população brasileira com 10 anos ou mais, consolidando-se como o grupo religioso que mais cresceu na última década, com aumento de 5,3 pontos percentuais desde 2010. Já os católicos apostólicos romanos, que antes dominavam quase a totalidade da população, recuaram para 56,7%, queda histórica que vem ocorrendo desde o século XIX.
Além do crescimento evangélico, a pesquisa destaca a ampliação do grupo sem religião, que passou de 7,9% para 9,3%, e o aumento das religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, que cresceram de 0,3% para 1%. Em contrapartida, os espíritas diminuíram sua presença, representando agora 1,8% da população.
A pesquisa também mostra diferenças regionais marcantes: a Região Norte tem a maior proporção de evangélicos (36,8%), enquanto o Nordeste lidera no número de católicos (63,9%). A faixa etária mais jovem é a que apresenta maior percentual de evangélicos, chegando a 31,6% entre crianças de 10 a 14 anos.
O Censo aponta ainda que as mulheres predominam na maioria dos grupos religiosos, exceto entre os sem religião e tradições indígenas. A escolaridade também varia: os espíritas têm o maior percentual de pessoas com ensino superior, enquanto os evangélicos e católicos apresentam taxas maiores de analfabetismo.
Esses dados indicam mudanças profundas no cenário religioso do Brasil, refletindo transformações sociais, culturais e demográficas que moldam a identidade do país.
Imagem: Masao Goto Filho