Os números são oficiais da ONU e revelam uma realidade chocante: quase 50 mil pessoas morreram assassinadas em 2023. Naquele e em muitos outros anos, fomos campeões de assassinatos no mundo.
Além de tirar a vida de milhares de pessoas, a maioria jovens e mulheres, as mortes violentas provocam traumas irreversíveis em parentes e amigos das vítimas.
A violência ronda as pessoas até dentro de suas casas. Não há lugar seguro e nem como escapar dos perigos. Latrocidas e matadores de todas as espécies nada temem e conseguem invadir qualquer espaço. Grades de ferro, muros altos, alarmes e cercas eletrificadas apenas dificultam, mas não impedem o acesso dos meliantes a seu alvo.
A Polícia e seguranças particulares, é claro, inibem a ação de criminosos, mas são parte de peso nos números superlativos da violência. Matam e morrem diariamente.
As pessoas tentam se resguardar como podem, de acordo com suas posses. Muitas famílias mudam de país. Fogem para nações que já conseguiram manter a violência em um patamar muito inferior ao do Brasil.
Quando a falta de recursos impede mudanças para o exterior, há a possibilidade de trocar de cidade ou de bairros.
A compra de armas de fogo também dá a falsa sensação de que se pode combater a violência a bala. Essa estratégia é criticada por especialista em segurança e os números sobre o comércio legal de armas é pouco divulgado.
O povão, moradores de periferia e quase sem recurso para driblar a violência em todos seus aspectos, fica exposto. É a maior vítima da bandidagem e enterra o maior número de pessoas mortas a bala, faca ou outro tipo de arma, como os carros. Mas este é assunto para outro texto, embora cresçam todos os dias os índices de pessoas assassinadas por motoristas embriagados, drogados ou sem a Carteira Nacional de Habilitação.
Texto: Raimundo Souza
*O Autor é jornalista, integrante da equipe de articulistas de A PROVÍNCIA DO PARÁ e escreve todo sábado neste espaço
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