Na travessa Quintino Bocaiúva, no bairro da Condor, o cenário começa a mudar. O que antes era um ponto crítico de descarte de lixo e entulho começa a ganhar vida nova com o Programa Canteiros Verdes, uma iniciativa da Prefeitura de Belém para revitalizar áreas degradadas e promover mais qualidade de vida para a população.
Na manhã desta quarta-feira (11), equipes da Prefeitura deram início às ações com coleta de lixo, educação ambiental e orientação porta a porta, reforçando a importância do descarte correto. O local é um dos 80 pontos críticos mapeados na capital e será um dos primeiros a passar por essa transformação.
“Queremos que a população entenda que esses espaços podem e devem ser usados com dignidade. É sobre cuidar da cidade e criar uma Belém mais limpa e verde”, afirma Pâmela Massoud, da Sezel.
Além do recolhimento de resíduos, agentes da Secretaria de Zeladoria (Sezel) e de Meio Ambiente (Semmac) conversaram com moradores para reforçar a importância de respeitar o cronograma da coleta domiciliar e evitar o descarte irregular.
A dona de casa Adriane Jaqueline, moradora da área há 14 anos, aprovou a ação:
“Tem gente que põe [o lixo] no horário certo, mas tem gente que não. Então essa orientação é muito boa.”
Educação, paisagismo e parceria com a comunidade
O Programa Canteiros Verdes será oficialmente lançado nesta sexta-feira (13) pelo prefeito Igor Normando, com o objetivo de revitalizar 44 pontos críticos em Belém. A ideia é simples, mas poderosa: onde havia lixo, haverá jardins. O projeto investe no chamado urbanismo tático, que transforma espaços urbanos a partir da participação ativa da comunidade.
“A população vai ser o grande fiscal desses novos espaços”, explica o engenheiro Marcelo Matos, da Secretaria Executiva de Licenciamento e Políticas Urbanas.
A requalificação inclui arborização, paisagismo e ações educativas, com o apoio de entidades públicas e privadas. O projeto começa pelos bairros do Jurunas, Condor e Cidade Velha, com foco em pontos como a Bernardo Sayão.
“A gente já teve um bom exemplo na Terra Firme, onde revitalizamos uma praça abandonada e a comunidade voltou a usar”, lembra Alessandra Guia, da Semmac.
Coleta seletiva, geração de renda e inclusão social
As cooperativas de catadores também fazem parte do programa. Para Jonas de Jesus, da Concaves, essa parceria vai além da limpeza urbana:
“A coleta seletiva salva vidas, gera emprego e mantém a cidade respirando melhor.”
Outro destaque é a participação do projeto Conexão Cidadã, que trabalha com pessoas em situação de rua, oferecendo capacitação e inclusão na mão de obra local.
Além disso, a Prefeitura disponibiliza o Disque Entulho (91 98405-3100), um serviço gratuito para o recolhimento de restos de obras ou móveis velhos, que muitas vezes acabam sendo descartados de forma irregular em canais e vias públicas.
“Quando a gente joga entulho no canal, isso volta pra dentro das nossas casas em forma de alagamento e sujeira. Mas isso pode ser evitado”, alerta a agente Rosiane Fernandes.
Imagem: Agência Belém