A condenação à morte de Sheikh Hasina, ex-primeira-ministra de Bangladesh, anunciada anteontem, segunda-feira, 17, reacendeu o debate sobre a trajetória da líder que comandou a política do país por mais de uma década e meia de forma consecutiva. Embora a sentença esteja ligada à repressão aos protestos estudantis de 2024, a figura de Hasina é o elemento que mais mobiliza o debate nacional e internacional.
Filha de Sheikh Mujibur Rahman, personagem central da formação de Bangladesh, ela cresceu acompanhando a luta pela autonomia da região de Bengala em relação ao Paquistão. Sua vida mudou definitivamente em 1975, quando seu pai, sua mãe e três de seus irmãos foram mortos.
Hasina e sua irmã sobreviveram porque estavam fora do país, iniciando um período de exílio que só terminou em 1981, quando ela retornou a Bangladesh para assumir o comando da Liga Awami, partido fundado pelo pai. Após cerca de 15 anos de oposição política, ela alcançou a chefia de governo pela primeira vez em 1996, permanecendo até 2001.
No início de 2009, Hasina voltou ao cargo de premiê de Bangladesh, função na qual permaneceu até 2024, tornando-se a líder que mais tempo governou Bangladesh desde a independência. Seu período à frente do governo foi marcado por avanços econômicos, mas também por críticas sobre perseguição a opositores e à imprensa e sobre uso de leis de segurança digital para reprimir dissidentes.
A queda de Hasina ocorreu em agosto de 2024, após uma onda de manifestações de grande escala liderada por jovens. Foi durante essa crise que surgiram as acusações que agora motivaram a condenação. Segundo o tribunal, cerca de 1,4 mil manifestantes morreram e dezenas de milhares ficaram feridos durante a repressão aos protestos.
Fonte e imagem: Portal Pleno.News








