sábado, outubro 4, 2025
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Anvisa lança edital internacional para compra de antídoto contra intoxicação por metanol

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou, nesta quinta-feira (2), a abertura do Edital de Chamamento Internacional nº 17/2025, com o objetivo de identificar fornecedores no exterior do Fomepizol, antídoto fundamental no tratamento de casos graves de intoxicação por metanol. A medida é considerada emergencial diante do aumento de ocorrências registradas no país nas últimas semanas.

O Brasil tem enfrentado uma preocupante escalada de intoxicações por metanol, muitas vezes relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Em alguns casos, as vítimas evoluíram rapidamente para cegueira, falência de órgãos e morte, destacando a urgência de medidas para ampliar o acesso ao tratamento específico.

O Fomepizol é considerado o antídoto mais eficaz contra o envenenamento por metanol, pois bloqueia a ação da enzima responsável pela formação de compostos tóxicos no organismo. No entanto, o medicamento ainda não possui registro no Brasil, o que obriga o governo a buscar fornecedores internacionais para abastecer o Sistema Único de Saúde (SUS).

 “A aquisição do Fomepizol é estratégica para salvar vidas. Estamos atuando de forma emergencial para garantir que o país disponha do medicamento e possa responder rapidamente a novos casos”, destacou a Anvisa em nota oficial.

O chamamento busca identificar fabricantes e distribuidores estrangeiros capazes de fornecer o Fomepizol em frascos de 1,5 ml, com concentração de 1000 mg/ml.

As empresas interessadas deverão se cadastrar por meio de um formulário eletrônico disponibilizado pela Anvisa.

O prazo para manifestação de interesse é de 30 dias, contados a partir da publicação do edital.

A agência também está articulando com o Ministério da Saúde estratégias para acelerar a importação e a posterior distribuição do antídoto pelo SUS.

Enquanto o Fomepizol não está disponível no Brasil, o tratamento tem sido feito com etanol de grau farmacêutico, que atua de forma semelhante no bloqueio da produção de substâncias tóxicas. Entretanto, o uso do etanol requer monitoramento rigoroso e não é tão seguro ou eficaz quanto o antídoto específico.

Para ampliar a resposta emergencial, a Anvisa autorizou que farmácias de manipulação possam produzir etanol medicinal para uso controlado em hospitais e centros de saúde.

A preocupação das autoridades cresceu após aumento de casos registrados em diferentes estados, com relatos de internações e óbitos. Em muitos episódios, o envenenamento esteve ligado a bebidas clandestinas ou adulteradas.

O Ministério da Saúde reforça que qualquer sintoma suspeito como náusea, tontura, visão turva ou perda de consciência após ingestão de bebida alcoólica  deve levar a um atendimento médico imediato. O diagnóstico rápido é essencial para evitar sequelas graves.

Relevância da iniciativa

A ação da Anvisa é vista como um marco de resposta coordenada diante de uma crise de saúde pública. A rápida mobilização para buscar fornecedores internacionais demonstra o esforço para salvar vidas e prevenir novos casos de intoxicação.

 “A intoxicação por metanol é uma emergência médica que não pode esperar. A importação do Fomepizol é uma prioridade nacional”, concluiu a agência.

Imagem: Adobe Stock

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