sexta-feira, junho 20, 2025
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“É um negócio”: designer de atrações responde principal questão sobre segurança em parques de diversões itinerantes

É realmente seguro?

Todo ano, parques itinerantesse espalham por cidades e bairros, trazendo atrações que vão de carrinhos bate-bate a montanhas-russas itinerantes. A diversão é garantida — mas a dúvida também: essas atrações temporárias são realmente seguras?

A pergunta foi feita pela apresentadora Judith Tiral no podcast Tenía la Duda, que recebeu como convidado Oscar Elgarrista, engenheiro e designer de atrações com passagem pela Parques Reunidos, grupo responsável por mais de 50 parques no mundo.

Esses parques são realmente seguros?

Segundo Elgarrista, a segurança não depende apenas da aparência. As bases de madeira que vemos sustentando os brinquedos, por exemplo, não são o que mantém a estrutura de pé, mas servem para nivelar o solo. “As atrações são construídas de forma que não haja momento de carga na base. As rodas do trailer nem tocam o chão porque há apoios estruturais mais robustos”, explica. Em outras palavras: o sistema é planejado — ainda que pareça improvisado.

Mas o argumento mais direto do engenheiro talvez seja o mais convincente: “Vamos lembrar que uma feira é um negócio. O dono do brinquedo é o primeiro interessado em garantir que nada dê errado.”

Mesmo assim, os números deixam margem para reflexão. Só na Espanha, foram registradas 16 mortes em parques itinerantes entre 2000 e 2011 — mais do que em parques fixos. Além disso, 90% dos acidentes nesses eventos não recebem indenização, em contraste com a resposta mais estruturada de parques maiores, como PortAventura ou Terra Mítica.

Segurança em parques no mundo todo

Na Galícia, região que realizou mais de 2.400 festas no último ano, a preocupação aumentou após a morte de um homem de 35 anos em 2024, preso em uma estrutura que se soltou durante uma festa local. O caso acendeu o alerta sobre a falta de regulamentação unificada, já que cada cidade pode seguir normas diferentes, misturando legislações estaduais e municipais.

A Defensoria Pública da região destacou que, apesar do baixo número de acidentes em relação ao volume de festas, o crescimento e sofisticação desses eventos pede profissionalização e fiscalização mais rigorosa.

No Brasil, diversas leis e regulamentações buscam assegurar a segurança de inúmeros parques de diversões. Desde cumprimentos mínimos para a abertura de um parque como vistorias constantes.

No fim, parques itinerantes continuam sendo espaços de alegria e tradição — mas é essencial lembrar que diversão e segurança devem andar juntas. E que, mesmo sendo um negócio, a vida das pessoas deve estar sempre acima do lucro.

Foto Ilustração Internet

Reprodução: Por Vika Rosa 

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