quinta-feira, outubro 23, 2025
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Quando a selva entra na passarela: Normando conecta folclore amazônico à alfaiataria no São Paulo Fashion Week N60

Na edição N60 da São Paulo Fashion Week, a grife paraense Normando assinada por Marco Normando e Emídio Contente  trouxe à passarela uma coleção que mistura o urbano com a mística amazônica de forma única.

Eles partiram de referências que já vinham explorando  como a arquitetura modernista do Norte e as palafitas ribeirinhas  e agora mergulharam nas lendas da floresta: a cobra grande (Boiúna), o monstro Mapinguari, a coruja Rasga Mortalha.

A estética? Alfaiataria em preto como base de cidade grande, mas com materialidade, texturas e detalhes que remetem ao selvagem: blazers que viram casulos, vestir se torna envolver-se em mitos; fibras como a malva, tingimentos com bactérias amazônicas, látex e linho se encontram.

Em outras palavras: Normando não só apresenta roupas  eles contam histórias. Histórias que vêm do Norte, da floresta, e agora ganham as luzes da metrópole. Funciona tanto como peça de moda quanto como homenagem cultural.

A força da marca também se reflete nas personalidades que vestem suas criações. Linn da Quebrada escolheu um trench coat em sarja de algodão reciclado; Alane Dias surgiu deslumbrante em um vestido de camurça de lã na cor terra; e Wanessa Wolf apostou em um artefato preto em malha stretch. A lista segue com nomes como Gabb, Domithila Cattete, Jaloo, Vittor Fernando, Bárbara Fialho, Bia Nardini e Paula Mageste, que incorporam o espírito ousado e artístico da Normando em produções que transitam entre o experimental e o elegante. Cada look reflete o mesmo conceito da passarela: vestir é uma forma de expressar raízes e reverenciar a Amazônia.

Mais do que uma marca, Normando é um manifesto sobre pertencimento. Criada em Belém, a grife aposta em uma moda que traduz o Norte em linguagem contemporânea, sem folclorizar. Cada coleção carrega pesquisa de materiais sustentáveis, parcerias com comunidades locais e uma estética que mistura arte, arquitetura e ancestralidade. A proposta é vestir o corpo com identidade  e fazer da roupa um meio de contar a Amazônia por quem vive nela.

A dupla de criadores já é reconhecida por apresentar um olhar sofisticado sobre o regional. Marco Normando e Emídio Contente acreditam que o luxo pode nascer do saber tradicional e que a moda brasileira precisa abrir espaço para novas narrativas, longe do eixo Rio-São Paulo. Com essa coleção, eles reforçam o protagonismo do Norte no mapa da moda nacional  provando que a Amazônia também dita tendências.

Por: Thays Garcia/ A Província do Pará

Imagem: Divulgação

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