O irlandês Paul Farrell, de 32 anos, viveu momentos dramáticos no Monte Rinjani, na Indonésia o mesmo vulcão onde a brasileira Juliana Marins, de 26 anos, morreu após uma queda durante uma trilha na última terça-feira (24). O acidente com Farrell aconteceu em outubro do ano passado, quando ele também escorregou e caiu cerca de 200 metros em um terreno inclinado e instável.
“Eu entrei em modo de sobrevivência. Achei que ia morrer a qualquer momento”, relatou o irlandês em entrevista à BBC News Brasil. Ele conta que o acidente ocorreu após uma rajada de vento levar suas luvas, fazendo-o ajoelhar em um ponto do solo que acabou cedendo. A queda só parou quando ele conseguiu se chocar contra uma pedra e se agarrar nela.
Ferido, mas consciente, Farrell permaneceu por cerca de cinco a seis horas isolado em uma rocha, até ser resgatado. “Rezei a Deus para sair dali vivo”, disse. Ele sobreviveu com cortes e arranhões, mas viu a vida por um fio.
O irlandês afirmou que só conseguiu ser salvo porque uma mulher que fazia a trilha com ele presenciou a queda e correu para pedir ajuda. A equipe de resgate que o atendeu, segundo conta, já estava na região para recuperar o corpo de outra vítima.
Farrell também lamentou a morte de Juliana Marins e defendeu mais segurança nas trilhas do vulcão. “Deveria haver pelo menos dois guias por grupo e mais investimentos na estrutura. Talvez aumentar a taxa de visitação seja uma solução”, sugeriu.
Depois do trauma, ele afirma ter mudado sua relação com a vida. Hoje, vive um período de retiro espiritual na Índia e diz estar mais conectado com Deus. “Foi uma experiência que me transformou completamente.”
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