sábado, abril 19, 2025
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Chocolates indígenas oferecem novos sabores à Páscoa

A cada ano, a Páscoa ganha novos sabores e alguns deles vêm da Amazônia. Com o apoio da Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, cinco marcas de chocolate produzidas por comunidades indígenas do Médio Xingu, no Pará, têm se tornado opção para os que buscam, além de celebrar a data, se conectar com os saberes dos povos tradicionais. Yudjá, Karaum Paru, Sidjä Wahiü, Iawá e Ita’Aka Akauwa são frutos de uma cadeia produtiva que respeita a cultura e a história local e impulsiona a economia. Ao todo, são 171 famílias de 13 comunidades indígenas das etnias Xipaya, Kuruaya, Juruna, Arara e Assurini envolvidas na produção do chocolate.

A cada fase, os produtores de cacau e chocolate vêm se profissionalizando. Em 2024, a safra já soma 23 toneladas colhidas, o que representa um avanço importante para a autonomia dos envolvidos. Atualmente, o Pará concentra mais de 50% da produção nacional de cacau, com participação em uma indústria que, segundo a Embrapa, movimenta cerca de R$ 3,5 bilhões ao ano no país.

As marcas de chocolate são fruto dos projetos Belo Monte Empreende, que tem por objetivo formar uma nova geração de empreendedores na região do Médio Xingu, e do Belo Monte Comunidade, projeto de responsabilidade social da Norte Energia. O trabalho conta ainda com a parceria da Cooperativa Agroindustrial da Transamazônica, na orientação do projeto, e o beneficiamento do chocolate feito pela Cacauway.

O Sidjä Wahiü (“Mulher Forte”), da líder indígena Katyana Xipaya, da comunidade Ribeirinha de Jericoá 2, na região da Volta Grande do Xingu, foi lançado com o apoio da Norte Energia. A marca virou uma referência, com visibilidade nacional. “Podemos mostrar para outras comunidades que a vida não é só o que a sociedade impõe. O indígena quer trabalhar e se sustentar. O chocolate que estou produzindo é de alta qualidade e quero levar a cultura indígena, as riquezas da Amazônia e a força da natureza para lugares que nem imagino”, afirma Katyana.

Uma das representantes da marca Yudjá, Leliane Jacinto Juruna, da aldeia Mïratu, da Terra Indígena Paquiçamba, destaca a importância do projeto para a sua comunidade. “É uma oportunidade muito boa que estamos tendo, porque é única. Eu tive uma criação, por morar na aldeia, mas os meus filhos vão ter outra visão, porque eles já vão aprender a trabalhar com cacau e com chocolate, o que vai gerar uma boa renda e valorizar o que a gente está fazendo”, comemora.

Gerente de Projetos de Sustentabilidade da Norte Energia, Thomás Sottili destaca a importância da valorização da cultura indígena e da geração de renda para as comunidades. “Temos como premissas no processo de desenvolvimento dos chocolates potencializar as produções indígenas, incentivar o empreendedorismo sustentável, dialogar com as comunidades na elaboração das identidades visuais, agregar valor nas vendas e trazer desenvolvimento socioeconômico com foco na qualidade de vida da população e na proteção ambiental da bacia do rio Xingu”.

Conheça as marcas de chocolates indígenas:

Sidjá Wahiü

O cacau e as frutas desidratadas usadas na receita do Sidjá Wahiü, que significa mulher forte, são cultivados por quatro famílias indígenas ribeirinhas da etnia Xipaya, moradoras da comunidade Jericoá 2, na Volta Grande do Xingu. O chocolate tem 72% de cacau e equilibra as notas frutadas das amêndoas com os pedaços finos de abacaxi, banana e pitaia que completam a composição.

Iawá

Esse chocolate leva o mesmo nome da comunidade da Volta Grande do Xingu que cultiva o seu cacau, uma homenagem à matriarca: Odete Iawá Kuruaya, que representa a resistência de sua cultura. As amêndoas usadas na receita são produzidas por 17 famílias indígenas ribeirinhas da etnia Kuruaya e passam por um alto grau de fermentação, o que acentua seu aroma e sabor. O chocolate é ao leite e contém 54% de cacau.

Karaum Paru

As quatro aldeias da Terra Indígena (TI) Arara da Volta Grande do Xingu, abrigam cerca de 78 famílias que cultivam os frutos que dão origem ao Karaum Paru, que significa “arara da água”. O chocolate é leve, com 53% de cacau, e contém cupuaçu desidratado, equilibrando a acidez típica da fruta amazônica com o doce do chocolate ao leite, resultando em um sabor único.

Yudjá

As seis aldeias da Terra Indígena (TI) Paquiçamba, abrigam aproximadamente 92 famílias que cultivam, de maneira integrada com a floresta, as amêndoas do Yudjá, nome da etnia. O chocolate, feito com manteiga de cupuaçu, tem 63% de cacau e leva mangarataia, um gengibre cultivado na Amazônia, que traz um toque forte e apimentado, realçando o sabor intenso dessa barra.

Ita’Aka Akauwa

O cacau e as bananas usadas na receita do Ita-aka Akauwa, que significa Cacau (Akauwa) da Pedra (ita) Rachada (Aka), são cultivados por aproximadamente 73 famílias de quatro aldeias da Terra Indígena Koatinemo. O chocolate tem 55% de cacau e leva pedaços crocantes de banana desidratada, que trazem uma textura irresistível e um toque adocicado à barra, criando uma experiência única a cada mordida.

Imagens: Divulgação

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