quinta-feira, novembro 21, 2024
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Assassino de Júnior Moreira segue embrulhado sob os mantos da impunidade

Não obstante os esforços do delegado geral Valter Resende em elucidar um caso de atropelamento criminoso, em que o motorista avançou a preferencial, causou o acidente e fugiu deixando a vítima à própria sorte, há exatos, um ano e um dia, o caso continua sem solução e o condutor que tirou a vida de um pai de família segue na impunidade, livre, desconhecido. A vítima se chamava Júnior Rodrigues Moreira, comerciário que trabalhava na loja da rede de supermercados Líder na Avenida Fernando Guilhon com Travessa Quintino Bocaiúva, no bairro da Cremação, em Belém.

No dia 24 de abril do ano passado, por volta das 5h30 da manhã, Júnior seguia em sua moto para o trabalho pela Rua Mundurucus. Ao atingir a Travessa Honório José dos Santos, um carro dirigido por um homem provavelmente embriagado e que se suspeita tratar-se de um policial, avançou a preferencial da Mundurucus. Ele atingiu a moto do comerciário jogando-o à distância. Uma testemunha, funcionário público que já prestou depoimento à Polícia, contou que o homem desceu, olhou os estragos e a vítima, voltou ao seu carro e fugiu sem ter a menor piedade do homem que jazia agonizante no asfalto.

Até hoje, o motorista não foi identificado. As única câmera de segurança que capturou o momento do acidente, a filmagem aparece tremida e não dá pra identificar a placa do carro assassino.

Júnior Moreira ainda foi levado a uma unidade hospitalar pelo SAMU, no entanto, foi apenas para registrar o óbito, deixando toda uma família enlutada. O rapaz, que tinha 43 anos, deixou uma filha especial, hoje com 22 anos, e era ele que, com a ajuda dos pais e dos irmãos, cuidava da menina que, até hoje, chora de saudade querendo saber aonde ele está.

IDAS E VINDAS

A maior parte da família de Júnior Moreira reside na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba. Foi um sufoco para que vários deles se deslocassem às pressas até Belém, sobretudo em função da crise no setor aéreo que, naquela época, levou os custos da aviação a valores estratosféricos.

Mesmo assim, eles vieram. Havia várias questões a resolver, tais como o sepultamento, a situação da filha especial e os trâmites a serem seguidos, além, lógico, da busca pela justiça e por justiça que, até então, não aconteceu.

Segundo as informações da Polícia, o caso continua sob investigações. Os familiares de Júnior Moreira estão sempre na Delegacia de Polícia do Jurunas em busca de novas informações, no entanto, as notícias são desencorajadoras, já que se trata de um caso de acidente de trânsito praticamente sem testemunhas, em vídeos com detalhes exatos do que aconteceu.

Para completar, até hoje, continua o imbróglio com relação à pensão deixada pela vítima, assim como a questão do acidente de trabalho, previsto na ISSO 99. A família não recebeu nada pelo acidente, que é considerado pelo fato de o rapaz ter se acidentado quando se encontrava a caminho do serviço.

“Nossa mãe passou o dia todo triste, cabisbaixa; eu a levei para fazermos umas compras, mas a tristeza é muito grande entre todos nós. Sempre fomos todos muito unidos. A gente quer justiça, a gente clama por justiça, não é possível que essa pessoa fez essa maldade, viu o nosso irmão daquele jeito e simplesmente fugiu como um criminoso”, disse a empresária Rosilene Moreira, irmã de Júnior. Ela acrescentou que a filha do rapaz e sua sobrinha sonharam com a vítima. “Isso serve de conforto para nossos corações, mas a gente precisa que o motorista que causou o acidente seja identificado e punido pelo que fez”.

Imagens: Reprodução/Redes Sociais

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