Em um momento histórico para o judaísmo na Amazônia, a antiga Sinagoga Beit Shalom de Cametá será reinaugurada em março de 2025. O evento marca a restauração da comunidade judaica de Cametá e Mocajuba, que há mais de 200 anos preserva sua fé e identidade, apesar dos desafios da história.
A comunidade judaica de Cametá e Mocajuba foi a maior da Amazônia durante o século XIX, composta principalmente por judeus marroquinos que chegaram à região, contribuindo para o comércio e o desenvolvimento local.
No entanto, na década de 1960, sua sinagoga original foi tragada pelo rio Tocantins, marcando um período de declínio da presença judaica na região. Agora, graças aos esforços das famílias de judeus e descendentes de judeus – Cohen, Benassuly, Benshimon, Sabbá, Chaves, Brunner, Bernardelli, Pinto e Sarraf – a sinagoga renasce, trazendo uma nova história para a comunidade.
A reinauguração contará com a presença de autoridades municipais e estaduais, além de uma comitiva de judeus israelenses e do rabino Moysés Elmescany, o Rabino da Amazônia, o evento marca o fortalecimento e os laços entre as comunidades judaicas na amazônia e a tradição judaica global.
A reconstrução da sinagoga não é apenas um marco histórico, mas também um reflexo de uma profecia bíblica que vem se cumprindo nos tempos. O retorno dos descendentes de judeus às suas raízes, reconstruindo comunidades e reafirmando sua identidade, ecoa as palavras do profeta Isaías:
“E acontecerá naquele dia que o Senhor tornará a estender a sua mão para resgatar o restante do Seu povo, que for deixado da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinear, de Hamate e das ilhas do mar.” (Isaías 11:11)

Ao longo dos séculos, judeus foram dispersos por todo o mundo, incluindo a Amazônia, onde muitos de seus descendentes preservaram traços de sua fé. A reinauguração da Sinagoga Israelita Beit Shalom, “Casa da Paz” representa um passo concreto no retorno desses filhos de Israel à sua herança religiosa, cumprindo a promessa divina de reunião e restauração do povo judeu.
Este evento reforça a conexão entre a Amazônia e a história judaica global, mostrando que, mesmo em lugares distantes, a fé e a tradição persistem, aguardando o momento certo para florescer novamente.
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