Um relatório recente da Unicef revelou que, em 2025, a obesidade superou a desnutrição como a forma mais comum de má nutrição entre crianças e adolescentes de 5 a 19 anos em quase todo o mundo. Isso marca uma mudança histórica preocupante nos hábitos alimentares e de saúde infantis.
Segundo os dados apresentados, cerca de 188 milhões de crianças e jovens nessa faixa etária vivem com obesidade ou seja, cerca de 1 em cada 10. Em contraste, o percentual de jovens nessa faixa com desnutrição caiu de quase 13% em 2000 para cerca de 9,2% em 2022. A taxa de obesidade no mesmo período subiu de 3% para 9,4%.
O relatório aponta que países de baixa e média renda são os que mais sofreram esse crescimento acelerado da obesidade infantil. Nesses locais, a alimentação tradicional está sendo substituída por alimentos ultraprocessados, que são baratos, fáceis de encontrar e muito promovidos por publicidade.
Em países das ilhas do Pacífico, por exemplo, as taxas de obesidade entre jovens são altíssimas: cerca de 38% em Niue, 37% nas Ilhas Cook e 33% em Nauru. Países com renda mais alta, como Chile, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, também reportam percentuais elevados.
Para especialistas da Unicef, esse cenário exige ações urgentes: regulamentar melhor a publicidade de alimentos não saudáveis, melhorar a rotulagem nutricional, promover alimentação saudável nas escolas e tornar frutas, verduras e proteínas mais acessíveis. Elas destacam que a obesidade infantil não é culpa apenas do indivíduo, mas resultado de ambientes alimentares que favorecem opções pouco saudáveis.
Imagem: Agência Brasil