O Ministério Público Federal (MPF) instaurou um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar as circunstâncias da morte de Marcello Vitor Carvalho de Araújo, de 24 anos, ocorrida na manhã de ontem, quarta-feira, 08, durante uma operação da Polícia Federal (PF) no bairro do Jurunas, em Belém (PA). A ação fazia parte da Operação Eclesiastes.
O procedimento foi aberto ainda na quarta-feira. Como parte da apuração, o MPF requisitou informações à Superintendência Regional da PF no Pará, ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML).
A instauração do PIC tem fundamento em normas do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) — as Resoluções nº 181/2017, nº 20/2007 e nº 310/2025 — que disciplinam, respectivamente, o Procedimento Investigatório Criminal, o controle externo da atividade policial e a atuação do Ministério Público em casos de mortes envolvendo agentes de segurança pública.
OPERAÇÃO ECLESIASTES
A operação da Polícia Federal que resultou na morte do jovem teve como objetivo desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento com tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, o grupo movimentou mais de R$ 1 bilhão em um “complexo esquema de ocultação de valores”.
As investigações apontam que a organização utilizava embarcações pesqueiras para transportar drogas e mantinha uma rede de colaboradores em diversos estados. A PF informou ainda que um empresário paraense já falecido era considerado o principal responsável pela logística e pela movimentação financeira ilícita, realizada por meio de empresas de fachada e intermediários.
Além do tráfico de drogas e da lavagem de capitais, o grupo também é investigado por financiar garimpos ilegais e pela entrada irregular de ouro no país, o que, segundo a PF, demonstra a interligação entre os crimes.
PRISÕES E APREENSÕES
Durante a operação, foram cumpridos 19 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão, além do sequestro de bens e valores que podem somar até R$ 1,5 bilhão, conforme decisão da 4ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Pará.
Entre os presos está Marcelo Pantoja Rabelo, conhecido como “Marcelo da Sucata”. Ele foi detido em um apartamento onde também estavam sua namorada, escrivã da Polícia Civil, e o filho dela, Marcello Vitor Carvalho de Araújo, que morreu durante a ação policial.
A PF diz que o rapaz teria reagido com violência, daí o disparo e que ele foi socorrido, porém, não resistiu aos ferimentos. O órgão afirma que os policiais envolvidos na ação estão temporariamente afastados das funções e que os fatos serão esclarecidos em procedimento interno.
A família da vítima nega que o jovem tenha reagido à ação e que tenha agredido aos policiais.
Da Redação do Jornal A PROVÍNCIA DO PARÁ/Imagens: Reprodução









