A rivalidade dentro de campo deu lugar à união pela saúde pública nas arquibancadas do Estádio Olímpico do Pará – o Mangueirão – ontem, sábado, 21. Aproveitando a grande movimentação de torcedores para o clássico Re-Pa, válido pela Série B do Campeonato Brasileiro, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), deu início à campanha Julho Amarelo, dedicada à prevenção, testagem e diagnóstico precoce das hepatites virais.
A ação aconteceu antes da partida, das 15h até o início do jogo, por volta das 18h30, com atendimento simultâneo em dois pontos estratégicos do estádio: o Setor A (lado da torcida do Remo) e o Setor B (lado da torcida do Paysandu). Foram oferecidos testagem rápida para hepatites B e C, vacinação contra a hepatite B, Influenza e tríplice viral, além da distribuição de kits de prevenção com preservativos e lubrificante íntimo.
SAÚDE EM CAMPO
A mobilização foi bem recebida pelas torcidas. Gilberto Rodrigues, 60 anos, torcedor do Remo, aproveitou a presença no estádio para cuidar da saúde. “Assim que entrei aqui no estádio, vi a ação acontecendo e me interessei em saber do que se tratava. Consegui fazer os meus testes contra as hepatites e também me vacinei. Essa iniciativa de levar os serviços de saúde para mais perto da gente é muito boa, principalmente para quem, na correria do dia a dia, não consegue cuidar da saúde como deveria”, relatou.
Acompanhando o pai, Lígia Rodrigues, de 15 anos, também participou. “Achei ótimo! Meu pai ainda não tinha se vacinado este ano e já aproveitou aqui mesmo. Agora é só torcer, com saúde e com o Leão ganhando, né?”, disse, animada.
Thaís Guedes, 31 anos, outra torcedora azulina, também elogiou a iniciativa. “Achei maravilhoso! A gente que trabalha o tempo todo quase não tem tempo de ir ao posto de saúde. Então, uma ação como essa, durante um momento de lazer, é uma oportunidade incrível para atualizar nossas vacinas”, contou. Ela destacou ainda a importância da orientação recebida. “Além da vacinação, teve testagem e explicaram direitinho sobre os prazos. Por exemplo, tomei uma vacina hoje e já sei que a próxima é só daqui a dez anos. Essa orientação faz toda a diferença.”
Do lado bicolor, Aron Almeida, 42 anos, fonoaudiólogo e torcedor do Paysandu, também aprovou. “Geralmente, a gente deixa essas coisas pra depois, vai adiando. Hoje aproveitei e já garanti minha vacina. Esse evento é de suma importância para levar a saúde pública para toda a população. A ideia de trazer esse serviço para um grande evento no estádio é excelente. Acho que tem que se repetir mais vezes.”

CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO
A ação foi idealizada pela Sesma e contou com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A escolha de um evento de grande visibilidade como o Re-Pa é parte da estratégia da Prefeitura de Belém para ampliar o alcance da campanha e sensibilizar a população sobre os riscos das hepatites virais — doenças silenciosas, mas potencialmente graves.
“O objetivo é aproveitar esse momento de grande concentração de pessoas para levar informação, testagem e vacinação. As hepatites virais, principalmente a B e a C, podem evoluir de forma assintomática por anos. Por isso, pensamos em iniciar essa campanha em um local onde a maioria do público, muitas vezes, não tem tempo ou evita ir a uma unidade básica de saúde. Queremos aproximar esse público do cuidado e da prevenção”, explicou Reginaldo Júnior, coordenador municipal de ISTs/Aids e Hepatites Virais da Sesma.

CAMPANHA SEGUE AO LONGO DO MÊS
A campanha Julho Amarelo continua com uma programação que inclui atividades em unidades de saúde e ações externas em locais de grande circulação, como shoppings, balneários e praias da capital. “Ao longo do mês de julho, estaremos com ações em Mosqueiro, Outeiro, Cotijuba, Combu e outros pontos da cidade. Queremos levar a prevenção para mais perto da nossa população”, reforçou Reginaldo.
ONDE BUSCAR ATENDIMENTO
Quem não conseguiu participar da ação no estádio pode procurar qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) de Belém para realizar a testagem rápida para hepatites B e C, além de HIV e sífilis. A vacinação contra a hepatite B também está disponível.
O Ministério da Saúde recomenda que todas as pessoas com 18 anos ou mais façam o teste para hepatite B e C ao menos uma vez na vida.
A vacina contra hepatite B faz parte do calendário de vacinação infantil no Brasil, onde é feita ao nascimento (ainda não maternidade) até 30 dias de vida e posteriormente é feita aos 2 , 4 e 6 meses com a vacina Pentavalente, a qual pode ser aplicada até 6 anos 11 meses e 29 dias.
A partir dos 7 anos de idade, crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos não vacinados poderão receber a vacina Hepatite B no esquema de três doses.
Pessoas que não têm certeza se já foram vacinadas devem receber as três doses do imunizante.
Fonte e imagens: Agência Pará de Notícias