sexta-feira, julho 26, 2024
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Cerimônia envolvendo vários órgãos marca o sepultamento dos africanos mortos no barco achado em Bragança

Os corpos dos nove náufragos de origem africana que não resistiram a travessia transatlântica entre a Mauritânia e o Brasil em um batelão de 13 metros foram sepultados na manhã desta quinta-feira, 25, no cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, em Belém. As vítimas foram sepultadas sem nome em meio a uma cerimônia laica envolvendo várias instituições que participaram do resgate como o CICV, OIM, ACNUR, Polícia Federal, Marinha, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica do Pará, Polícia Militar, Polícia Civil, GRAESP, Guarda Municipal de Bragança, Defesa Civil do Estado, Defesa Civil de Bragança e Defesa Civil do Estado do Pará.

A Polícia Federal, que está todo tempo em contato com a Polícia Internacional – Interpol, informou que, apesar dos esforços, todos os nove náufragos foram enterrados sem identidade, apesar de terem sido feitos todos os procedimentos internacionais de protocolos de identificação. Caso algum familiar deseje, poderá exumar e levar para sepultamento na Mauritânia ou em Mali.

DETALHES DOS CORPOS

– São homens pós-púberes, ou seja, são adultos ou adolescentes que já passaram pela puberdade. Ainda não se sabe as idades;

– Foram encontrados dois documentos: identidade da Mauritânia e um documento de registro de entrada na Mauritânia, de alguém vindo do Mali;

– Foram encontrados anotados em papéis números de celulares da Mauritânia, Mali e País do Congo;

– Havia uma espécie de boca de fogão no barco, que dá a ideia de que preparavam comida. Também havia dois galões, que a perícia pretende descobrir se são de água ou combustível;

– Foram coletadas impressões digitais de 7das nove vítimas. Foram coletados dados de arcada dentária e DNA de todas as 9 pessoas. De acordo com o protocolo de identificação da INTERPOL, essas são as 3 metodologias que permitem identificar um corpo. Foram coletadas informações médicas, de vestes, pertences e adereços, que podem auxiliar no processo de identificação, assim como eventuais dados extraídos dos celulares.

– O enterro foi uma forma de dar dignidade às vítimas. O local fica como um memorial para visita de familiares, caso seja possível. Será possível os corpos serem repatriados, mas é improvável dado o custo).

– Os 27 aparelhos celulares estão sendo periciados, mas é baixa a expectativa de que, depois de tanto tempo em oxidação, seja possível extrair algum dado;

– O trabalho de identificação também é feito em contato com polícias estrangeiras via Interpol, com apoio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

Imagens: Ascom/SRPF/PA

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