O município de Oiapoque (AP) se transformou em um polo de integração científica e cultural durante o workshop “Sociobioeconomia e Biodiversidade na Pan-Amazônia Oriental”, que segue até esta quinta-feira (18). A programação é financiada pela Iniciativa Amazônia+10 e pela Embaixada da França no Brasil, com apoio do movimento Ciência e Vozes da Amazônia na COP30, lançado pela Universidade Federal do Pará (UFPA).
No segundo dia, realizado nesta quarta-feira (17), estudantes, professores e pesquisadores do Brasil e da Guiana Francesa participaram de oficinas, atividades de campo e debates estratégicos voltados à conservação ambiental e ao fortalecimento da sociobioeconomia na região transfronteiriça.
Oficinas no Campus Binacional e no Museu Kuahí
As atividades ocorreram simultaneamente no Campus Binacional da UNIFAP, com foco em oficinas de ciência para estudantes universitários, e no Museu Kuahí dos Povos Indígenas, espaço simbólico que preserva a memória de povos como Palikur-Arukwayene, Galibi Kali’na, Karipuna e Galibi-Marworno.

No campus, temas como mudanças climáticas, biota aquática e serviços ecossistêmicos foram discutidos por docentes da UFPA e UNIFAP, destacando a importância da formação científica voltada à realidade amazônica. Já no Museu Kuahí, os participantes interagiram com a comunidade local em oficinas sobre avaliação da biodiversidade, uso de ferramentas geoespaciais e projetos de sociobioeconomia em comunidades tradicionais.
Atividades de campo e cooperação internacional
À tarde, os estudantes realizaram uma visita à Cachoeira do Aeroporto, na Vila Vitória, para observações práticas de ecologia. Enquanto isso, professores e pesquisadores avançaram nas discussões sobre dois projetos de cooperação entre Brasil e Guiana Francesa, com foco em desafios comuns como conservação ambiental e desenvolvimento sustentável.
Segundo os organizadores, o encontro fortalece a integração científica entre os dois países e abre espaço para iniciativas de longo prazo. “Precisamos de projetos que conectem monitoramento da biodiversidade, sociobioeconomia e formação. Só assim transformaremos conhecimento em impacto real para a Amazônia”, afirmou o pesquisador Filipe Machado França, do INCT-SINBIAM.
O workshop encerra nesta quinta-feira (18) com a apresentação dos resultados preliminares das oficinas e grupos de trabalho. Estão previstas mesas-redondas sobre financiamento e acordos bilaterais, além da formatação de propostas concretas que possam ser levadas para discussões estratégicas na COP30, em Belém.

Com isso, o Oiapoque se firma como ponto de partida para a integração científica e cultural na Pan-Amazônia Oriental, fortalecendo redes de cooperação e valorizando a biodiversidade e os saberes locais.
Imagem: Wallace Albuquerque









