A morte do Papa Francisco, ocorrida na madrugada deste domingo (21), provocou uma onda de comoção entre líderes e entidades de diversas crenças e religiões no Brasil. O pontífice, falecido aos 88 anos após sofrer um AVC, seguido de coma e colapso cardiovascular irreversível, foi amplamente reconhecido como um símbolo de empatia, inclusão e diálogo inter-religioso.
Em nota oficial, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) classificou a morte do papa como “uma grande perda para a humanidade”. A entidade destacou seu papel na luta contra o antissemitismo, o racismo e o discurso de ódio, além de lembrar sua histórica visita ao campo de extermínio nazista de Auschwitz. “Que seu legado continue a nos guiar na busca por um mundo mais humano, justo e pacífico”, afirmou a Conib.
A Federação Israelita do Estado de São Paulo também expressou solidariedade aos católicos, ressaltando a firme posição de Francisco contra a intolerância. “Sua voz firme contra o antissemitismo e a promoção do diálogo inter-religioso representaram um farol de esperança em tempos de crescente intolerância”, disse a federação.
O Centro de Divulgação do Islam Para América Latina (CDIAL) destacou o pioneirismo do primeiro papa jesuíta e latino-americano, elogiando sua dedicação aos direitos humanos, aos pobres e à promoção da paz. “Sua postura aberta e acolhedora deixou uma marca indelével na história da Igreja e do mundo”, declarou o CDIAL.
A Federação Espírita Brasileira classificou o papa como um “dedicado irmão na doutrina cristã” e lembrou seu esforço em promover a fraternidade e a humildade entre diferentes crenças. A Frente de Evangélicos também prestou homenagem, exaltando o pontífice como um líder comprometido com os direitos humanos e lembrando seu último apelo por paz na Faixa de Gaza.
O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic) enalteceu o compromisso de Francisco com os imigrantes, os refugiados e os movimentos sociais, chamando sua trajetória de um “testemunho corajoso em contextos hostis”.
Representantes das religiões de matriz africana também se manifestaram. A Mãe Meninazinha de Oxum afirmou que o papa será lembrado por sua atuação contra as injustiças e preconceitos. Já Mãe Nilce de Iansã destacou o sorriso e o acolhimento do líder religioso: “Ele semeou amor por onde passou”.
O pastor Ronilso Pacheco, da Comunidade Batista em São Gonçalo (RJ), lembrou que Francisco abraçou uma “agenda humanitária muito forte” e foi um agente de transformação na abertura da Igreja Católica.
A reação de diferentes religiões à morte do Papa Francisco reforça a amplitude de seu impacto como figura de diálogo, tolerância e justiça social — valores que transcenderam fronteiras e credos.
Imagem: Reprodução internet