A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), realizada em Belém, amanheceu neste sábado, 22, ainda sem um desfecho oficial. A plenária de encerramento estava prevista para as 12h, quando podem ser apresentados os textos finais das decisões que irão compor o relatório oficial da conferência.
As negociações avançaram pela madrugada e superaram o cronograma inicial, já que o evento estava programado para terminar ontem, sexta-feira, 21. No começo da manhã de ontem, os organizadores divulgaram novos rascunhos das propostas em debate, conhecidos como Pacote de Belém, conjunto de diretrizes que deve nortear os compromissos globais de mitigação e adaptação climática nos próximos anos.
Entre organizações da sociedade civil, entretanto, o clima é de frustração. Representantes apontam falta de ambição dos países para honrar as metas pactuadas no Acordo de Paris, que estabelece como limite o aumento de até 1,5°C na temperatura média global — considerado o ponto crítico para evitar um ciclo irreversível de desastres ambientais. Os colombianos protestaram e se queixaram amargamente na tarde de ontem.
O principal foco de insatisfação recai sobre a ausência de um cronograma claro para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, responsáveis pela maior parcela das emissões de gases de efeito estufa.
O Brasil teve papel ativo nas negociações. Lula da Silva articulou até os últimos minutos para que o texto final incluísse algum tipo de rota de transição energética, defendendo que as nações avancem de forma concreta na redução da dependência de matrizes poluentes.
A expectativa agora é que o anúncio previsto para o início da tarde traga maior clareza sobre o que será oficialmente assumido pelos países — e se Belém conseguirá entregar um resultado à altura da expectativa gerada por sediar a COP mais aguardada da última década.
Por ROBERTO BARBOSA/Jornal A PROVÍNCIA DO PARÁ/Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil








