sexta-feira, julho 26, 2024
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Compra da Gol pela Azul pode impactar o mercado da aviação

A potencial aquisição da Gol pela Azul está gerando discussões sobre os potenciais efeitos tanto positivos quanto negativos para os consumidores e as empresas envolvidas. Enquanto a Gol enfrenta um processo de reestruturação nos Estados Unidos, semelhante à recuperação judicial no Brasil, a Azul ganhou reconhecimento pelo setor financeiro em 2023 por sua habilidade na renegociação de dívidas.

Ambas as companhias enfrentam endividamento, mas a situação da Gol é considerada mais delicada, com abordagens não só da Azul, mas também da Latam. A empresa chilena, inclusive, está sob acusações de tentar se apropriar de aeronaves da Gol, mesmo sem operar o modelo específico, o Boeing 737.

Os possíveis impactos da aquisição sobre os passageiros têm sido objeto de debate. Especialistas apontam que a redução na quantidade de empresas no setor pode afetar os preços das passagens. Diego Faust, da Manchester Investimentos, ressalta que, embora uma nova empresa eficiente possa manter margens e diminuir os preços, a falta de concorrência poderia levar à fixação de preços pela nova companhia.

Adalberto Febeliano, professor de economia do Transporte Aéreo, prevê uma redução na oferta de voos e uma possível diminuição das opções de serviço, além de destacar o impacto nas vantagens para os consumidores ligados a programas de fidelidade.

Raony Rossetti, CEO da Melver, vê potencial para uma melhoria no atendimento ao cliente se a Azul implementar suas boas práticas na Gol.

Quanto aos desafios para as empresas, Faust aponta para possíveis custos redundantes e Febeliano destaca as dificuldades na conversão da frota, já que a Gol opera principalmente Boeings 737, enquanto a Azul utiliza principalmente aeronaves Airbus A320 e Embraer.

A possível concentração do mercado também é discutida, com a Gol e a Azul juntas representando cerca de 60% do mercado, segundo dados da Anac de 2023. No entanto, a concretização da compra precisaria ser aprovada pelo Cade, considerando questões de sobreposição de rotas e possíveis riscos de monopólio.

A Azul emitiu uma nota afirmando que, até o momento, não negociou nem aprovou nenhuma transação específica, mantendo-se atenta às dinâmicas do setor aéreo e possíveis oportunidades de parcerias.

Imagem: Divulgação

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