Representatividade e religiosidade marcaram a abertura do último dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Carnaval de Belém, realizado pela Prefeitura Municipal. Denunciando o racismo estrutural e em defesa das causas LGBTQIAPN+, os blocos contemporâneos carnavalescos trouxeram emoção para a Aldeia Cabana de Cultura Amazônica Davi Miguel.
A programação de abertura de ontem, sábado, 2, trouxe a banda Afro Axé Dudu, Bloco Afoxé Ita Limi Sinavuru e o Bloco Fofó de Belém, juntamente com Eloy Iglesias, para celebrar o início desta última noite de desfiles na Pedreira, o “bairro do samba e do amor”.
Abrindo a programação, a Banda Afro Axé Dudu passou pela avenida trazendo muita alegria e homenageando grandes cantores do Axé. Logo em seguida, o grupo de afoxé Ita Lemi Sinavuru, um movimento de afirmação por meio da música, do teatro e dos valores civilizatórios da África, abriu a noite com muita representatividade cantando sobre a luta contra o racismo ambiental.
“Estar aqui é uma experiência única, principalmente pela nossa representatividade. Estamos aqui representando a Umbanda, o Candomblé e todas outras religiões de matrizes africanas. Aqui estamos expressando um pouco da nossa fé”, declarou o carnavalesco Wesley Reis, que desfilou junto com o grupo.
Encerrando a abertura da noite, e representando a comunidade LGBTQIAPN+, a performatividade de Eloy Inglesias tomou conta da Aldeia. Em agradecimento a Fumbel, ele declarou que se sentiu especial pelo convite realizado. “As atrações desta noite só fortalecem a nossa cultura popular e eu espero que se torne uma tradição. Pois, neste momento, a cultura LGBT toma força e começa a ocupar lugares de poder, dos quais não sairemos. Lugares que estão recebendo o apoio da Prefeitura de Belém”, ressaltou o artista.
Imagem: Agência Belém