segunda-feira, outubro 14, 2024
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Em ano pré-COP 30, chefes de Estado do Pará e da Bahia debatem sustentabilidade

Na Bahia, o governador do Pará Helder Barbalho, reuniu com o governador baiano Jerônimo Rodrigues, onde discutiram sobre diversos temas, entre eles a experiência do Pará com a economia verde, a realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP) na capital paraense, além da troca sobre vocações em comum, como a produção de cacau, dominada nacionalmente por ambos.

“Nós temos particularmente no cacau e no açaí duas importantes atividades que têm conciliado o processo de trazer a população rural para a produção, por outro lado, temos que regenerar e recuperar as áreas que foram danificadas. Com isso, recuperamos o nosso ativo florestal e fazemos com que uma grande oportunidade econômica possa acontecer. O Brasil que lidera na commodity agrícola e que lidera na commodity mineral também, deve liderar na commodity verde, a commodity ambiental”, pontua o governador do Pará.

Ainda conforme Helder Barbalho pontuou, o crescimento e a valorização destas culturas ocorreram após uma decisão estratégica do governo. “Lá em 2019, fizemos a escolha de buscar um novo modelo econômico para o Estado do Pará, que possui 75% de seu território de floresta natural, mas que não constava nas suas vocações, o uso sustentável deste ativo. A partir desta visão, nós decidimos melhorar o uso deste território inexplorado”, disse o governador paraense.

SUSTENTABILIDADE

No Pará, entre os desafios enfrentados pelo Governo do Estado para esta mudança de paradigma, estava o combate aos crimes ambientais, os quais foram identificados pelo Estado como a principal ameaça ao desenvolvimento da bioeconomia. “A partir desta identificação, nós instituímos uma política forte de comando, controle e fiscalização. Criamos uma força tarefa de combate ao desmatamento no Pará e em abril de 2024, tivemos uma redução de 90% no desmatamento, no comparativo com o mesmo período de 2022”, comemora Helder.

Ainda conforme o chefe do Executivo Estadual paraense, após o sucesso do combate aos crimes ambientais, o Pará traçou uma meta ousada: ser um Estado neutro em emissões de carbono até o ano de 2035. Este posicionamento abre as portas para mais uma vocação econômica do estado: a venda de créditos de carbono, gerando renda com a floresta em pé.

“O Pará está buscando aproveitar esta oportunidade para fazer com que o carbono capturado pela floresta possa ser um ativo e com isso, nós possamos criar uma nova commodity para o Brasil”, explica Helder Barbalho.

Conforme Helder Barbalho reforça, tornar a floresta em pé rentável é um passo importante para a preservação e oposição ao modelo de exploração predatória dos desmatamentos clandestinos. “Sem comando, controle e fiscalização você não vai à diante, mas só com comando, controle e fiscalização também não. Você precisa construir alternativas de sóciobioeconomia, porque estamos na maior floresta tropical do mundo, temos 29 milhões de pessoas que moram e vivem embaixo das copas das árvores. Qualquer solução que não envolva estas pessoas, não será sustentável e não se viabilizará com o tempo”, pondera o governador.

PIONEIRISMO

Durante o encontro com o chefe do Executivo baiano, o governador do Pará apontou o pioneirismo do PlanBio, o plano estadual de bioeconomia, que apresenta alternativas e soluções para atividades econômicas de baixa emissão. O Pará foi o primeiro Estado do Brasil a desenvolver um plano com este objetivo, e hoje, a iniciativa paraense serve de exemplo para todo o país.

“O plano do Estado do Pará subsidia o plano nacional de bioeconomia, que está sendo confeccionado para que possamos fazer com que conhecimentos ancestrais dos indígenas, dos quilombolas, possam incrementar a atividade econômica estadual”, destaca o governador, que sinalizou mais investimentos nesta área por ocasião da realização da COP 30 que acontecerá em novembro de 2025, na capital paraense, Belém.

“O Pará está construindo o parque de bioeconomia da Amazônia, que entregaremos para a COP 30 em 2025 e trará um grande legado à nossa população. É lá que as startups poderão pesquisar alternativas para gerar empregos verdes e impulsionar oportunidades sustentáveis. Este é o primeiro pilar de uma nova economia”, conclui o governador.

COP DA FLORESTA

Com a proximidade da realização da COP 30 em solo paraense, Helder Barbalho reforçou que, pela primeira vez, o maior evento de mudanças climáticas do mundo poderá dialogar sobre a realidade ambiental na floresta Amazônica e junto aos povos amazônicos.

“Nossas decisões nos levaram a conquistar este simbolismo de fazer a COP na Amazônia. É uma quebra de paradigma, para que as pessoas possam conhecer a realidade da Amazônia, não pelo Google, mas com o pé no chão na floresta, para olhar no olho dos indígenas, nas periferias que querem também participar deste debate. Esta não é uma COP apenas de Belém e da floresta, é uma COP do povo brasileiro, que deve se mobilizar para a oportunidade de garantir os recursos para financiamento climático, recursos para soluções cidades sustentáveis. Nós não teremos os hotéis seis estrelas de Dubai. Que eles fiquem com este ativo. Eu prefiro ficar com as grandes árvores, com os grandes rios da Amazônia”, concluiu o governador Helder Barbalho.

FÓRUM

Realizado pelo CORREIO e Alô Alô Bahia, o evento está na sua terceira edição e visa fortalecer o conceito da possibilidade de negócios sustentáveis em toda cadeia produtiva, desde os micros e pequenos empreendedores até as grandes empresas.

Nos dias 22 e 23 de maio, Helder participou da terceira edição do Fórum ESG Salvador, um evento realizado na capital baiana para tratar de assuntos relacionados ao meio-ambiente, sociedade e governança. O evento foi acompanhado por políticos, especialistas e ativistas.

Imagem: Marco Santos / Agência Pará de Notícias

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