domingo, junho 22, 2025
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Indígenas da Amazônia processam New York Times por insinuação sobre vício em pornografia

Uma polêmica internacional está envolvendo a tribo Marubo, que vive na Amazônia brasileira, e o jornal americano New York Times (NYT). A comunidade indígena decidiu processar o jornal por causa de uma reportagem que, segundo eles, deu a entender que os jovens da aldeia estariam viciados em pornografia após o recente acesso à internet de alta velocidade.

Na ação judicial, os Marubo acusam o NYT de retratá-los como “incapazes de lidar com a exposição básica à internet”, destacando supostas “alegações de que seus jovens haviam sido consumidos pela pornografia”. O processo ainda inclui como réus os sites TMZ e Yahoo, acusados de terem divulgado a história de maneira sensacionalista e desrespeitosa, zombando das tradições da tribo.

Em sua defesa, o New York Times declarou que sua reportagem não afirmou que membros da tribo eram viciados em pornografia. Segundo o jornal, a matéria procurou mostrar, de forma sensível, os efeitos positivos e negativos do acesso à internet via Starlink  serviço de satélite da empresa SpaceX, de Elon Musk  que chegou à aldeia há cerca de nove meses.

O artigo original mencionava que, com a internet, os Marubo começaram a enfrentar desafios comuns a muitos lares pelo mundo, como adolescentes conectados o tempo todo, exposição a videogames violentos e ao conteúdo adulto online. Também destacou preocupações de um líder comunitário sobre mudanças no comportamento dos jovens, mas reforçou que a internet trouxe benefícios importantes, como o contato com familiares distantes, denúncias ambientais e acesso mais rápido a ajuda médica.

Apesar disso, os Marubo afirmam que o tom da reportagem acabou alimentando uma “tempestade midiática global” com repercussões deturpadas. O TMZ, por exemplo, chegou a publicar manchetes que reforçavam a ideia de que a tribo estaria viciada em pornografia, causando constrangimento e danos à imagem da comunidade.

Diante da repercussão, o NYT publicou uma nova matéria, com o título: “Não, uma tribo remota da Amazônia não se viciou em pornografia”, tentando esclarecer que muitas das manchetes divulgadas foram baseadas em interpretações incorretas de seu conteúdo.

Ainda assim, os líderes Marubo e a ativista brasileira Flora Dutra, que participou da distribuição das antenas de internet na aldeia, decidiram levar o caso à Justiça. Eles alegam que sofreram humilhação, assédio e danos irreparáveis à reputação e à segurança da comunidade.

Em resposta, o New York Times declarou que pretende “se defender vigorosamente” e que seu artigo foi uma “exploração sensível e matizada dos benefícios e complicações da nova tecnologia” na vida da tribo.

O caso segue em andamento e levanta questões importantes sobre a responsabilidade da mídia ao retratar povos indígenas e os impactos da tecnologia em comunidades tradicionais.

Por: Thays Garcia

Com informações: Agências internacionais

Imagem: Reprodução

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