Apesar de o governo do Estado do Pará ter cumprido sua parte no acordo e enviar à Assembleia Legislativa do Pará – Alepa o pedido de revogação da Lei 10.820, a Secretaria de Estado de Educação – Seduc segue ocupada por alguns grupos indígenas e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará – Sintepp. A decisão dos ocupantes de permanecer no local vai contra o termo de compromisso que eles próprios assinaram, no qual garantiam a desocupação do prédio. O cenário gera questionamentos sobre a real motivação da ocupação e seus impactos diretos na gestão da educação no Estado.
Os estudantes estão prejudicados, pois o ano letivo, que foi programado para começar mais cedo e assim se encerrar, até o momento, não teve as aulas iniciadas efetivamente nas escolas da rede estadual de ensino.
A ocupação da Seduc, que deveria ter sido encerrada conforme acordado, compromete o funcionamento do órgão responsável pela organização da educação pública estadual. Com mais de 40 mil servidores diretamente impactados, a situação tem gerado transtornos e inviabilizado atividades essenciais. Embora os ocupantes aleguem que a mobilização não interfere no trabalho dos servidores, a realidade dentro do prédio mostra um cenário diferente: festas, shows e até a presença de pessoas armadas com porretes e lanças. A segurança e a normalidade das operações administrativas da educação estão sendo severamente afetadas.
A Seduc não é um espaço qualquer. É o local onde são planejadas e coordenadas as políticas educacionais que atendem a milhares de alunos em todo o Pará. Com a ocupação prolongada, o funcionamento adequado da secretaria fica comprometido, impactando diretamente a qualidade dos serviços prestados à população.
Outro ponto que tem chamado a atenção é o surgimento de campanhas de arrecadação via pix promovidas por alguns ocupantes. A multiplicação desses pedidos levanta dúvidas sobre os reais interesses por trás da continuidade da ocupação. Afinal, se o objetivo inicial era garantir a revogação da Lei 10.820 e o governo já cumpriu essa parte do compromisso, por que a mobilização continua? O fato de algumas lideranças estarem solicitando contribuições financeiras acende um alerta para a possibilidade de interesses financeiros se sobrepondo à causa inicialmente defendida.
A situação exige um desfecho responsável e urgente. A permanência dos ocupantes na Seduc não apenas descumpre um compromisso firmado, mas também prejudica diretamente milhares de trabalhadores e compromete a gestão da educação pública no estado. O governo já demonstrou disposição ao atender a principal reivindicação apresentada. Agora, cabe aos ocupantes honrarem o compromisso assumido e garantirem a normalização das atividades na secretaria.
A educação do Pará não pode ser refém de impasses e interesses particulares. A retomada plena da Seduc é fundamental para que os serviços voltados à população sejam restabelecidos e a administração da educação estadual possa seguir funcionando de forma eficiente e organizada.
Imagens: Agência Pará de Notícias