segunda-feira, outubro 6, 2025
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Pessoas privadas de liberdade cultivam 50 mil mudas para a COP30 em projeto de ressocialização no Pará

Em Santa Izabel do Pará, um projeto inovador está transformando vidas dentro do sistema prisional. Pessoas privadas de liberdade (PPLs) da Unidade de Reinserção de Regime Semiaberto (URRS) estão cultivando 50 mil mudas de plantas que serão entregues até novembro, em preparação para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para acontecer em Belém.

A iniciativa, coordenada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), tem como base a agricultura como ferramenta de reintegração social. Os internos participam de atividades como cultivo de hortaliças, fruticultura, produção de plantas ornamentais e criação de animais. A ideia é simples, mas poderosa: oferecer qualificação e oportunidade para um novo começo.

Segundo Raimundo Gomes, coordenador de trabalho e produção da URRS, os participantes são selecionados por meio de uma triagem que avalia fatores sociais, psicológicos e de segurança. “Damos preferência a quem já tem alguma experiência com agricultura, o que facilita o processo e permite que eles revisitem o conhecimento que já trazem das comunidades de origem”, explica.

Atualmente, 30 internos atuam nas atividades da unidade, mas a meta é expandir esse número para 50. Os internos recebem treinamentos práticos e teóricos em parceria com instituições como Senar, Senai e secretarias de Meio Ambiente de Belém e Castanhal.

Um dos destaques do projeto é a construção de um novo viveiro, que já está com mais de 60% das obras concluídas. Quando pronto, será um dos maiores da América Latina dentro do sistema prisional, com capacidade para atender grandes demandas de produção de mudas  entre elas, espécies de açaí, plantas ornamentais e vegetações destinadas à reposição florestal.

O engenheiro agrônomo Lincon Stephano acompanha o processo de perto e destaca o impacto positivo da ação. “A missão vai além de ensinar a plantar. É sobre reconstruir caminhos, dar base técnica e incentivar o retorno digno à sociedade”, afirma.

Para os internos, o aprendizado se tornou um estímulo para um futuro diferente. Roberto Moraes Lisboa Junior, de 35 anos, conta que o projeto mudou sua visão de vida. “Quando eu sair, quero aplicar esse conhecimento com minha família. A gente aprende muito aqui, e isso vai comigo.”

Gleidson Vale Correa, outro interno participante, já tinha experiência com agricultura, mas foi na URRS que aprendeu novas técnicas como a produção de adubo orgânico. Ele já faz planos: “Tenho minha terra e quero usar tudo o que aprendi aqui.”

A produção mensal do projeto chega a 12 mil mudas e parte delas já é distribuída para instituições e ações socioambientais. A meta de 50 mil mudas até a COP30 não é apenas um número  é um símbolo de que, com oportunidade e apoio, é possível semear novos caminhos, dentro e fora dos muros do sistema prisional.

Imagem: Divulgação

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