A ingestão de placenta pode expor mães a infecções e complicações no pós-parto, entenda mais sobre essa pratica comum no mundo dos artistas.
O DJ Calvin Harris gerou polêmica nas redes sociais após anunciar o nascimento de seu filho, Micah, com uma série de fotos consideradas explícitas por parte de seus seguidores. O artista escocês, casado com a apresentadora Vick Hope, elogiou a esposa “super-heroína” em uma postagem no Instagram com imagens do parto domiciliar, que aconteceu em Ibiza.
As fotos, que mostram a placenta de Vick e o processo de desidratação para ser transformada em pílulas e possivelmente para consumo, foram alvo de uma restrição de idade pela plataforma. Enquanto muitos fãs parabenizaram o casal, outros se mostraram surpresos e criticaram a exposição dos detalhes.

A prática, conhecida como placentofagia, tem se popularizado entre algumas celebridades, mas levanta questionamentos e alertas por parte da comunidade médica.
A placentofagia consiste no consumo da placenta após o parto, geralmente em forma de cápsulas, desidratada ou crua. A prática é defendida por quem acredita que ela pode trazer benefícios como:
Combate à depressão pós-parto.
Aumento da produção de leite materno.
Reposição de nutrientes, como o ferro.
Aumento de energia no período pós-parto.
No entanto, especialistas e organizações de saúde alertam para a falta de evidências científicas que comprovem esses benefícios. Estudos já realizados não conseguiram demonstrar vantagens clínicas na ingestão da placenta.
Além disso, a prática pode apresentar riscos, como contaminação por bactérias e vírus, já que a placenta atua como um filtro durante a gestação. A falta de um controle sanitário adequado no processo de preparo da placenta também é um fator de risco, podendo causar infecções e mal-estar para a mãe e, em casos de amamentação, para o bebê. Por esses motivos, organizações como a Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) desaprovam a prática.

Ingestão de placenta: uma tradição animal sem respaldo médico
O consumo da própria placenta após o parto, é um comportamento natural e comum em grande parte do reino animal. Mamíferos, por exemplo, costumam comer a placenta por razões de sobrevivência, como forma de repor nutrientes perdidos e eliminar o cheiro que poderia atrair predadores para o filhote.
Já entre os seres humanos, a placentofagia não tem comprovação científica de benefícios. A prática ganhou força nos últimos anos, popularizada por celebridades que acreditam que a placenta pode combater a depressão pós-parto, aumentar a produção de leite e repor nutrientes. No entanto, médicos alertam para a falta de evidências que comprovem esses efeitos e para os riscos de infecções e contaminações.
Mitos e falta de comprovação científica na ingestão de placenta
Uma das análises mais conhecidas, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos, concluiu que não há benefícios clínicos comprovados na ingestão da placenta, seja ela crua, cozida ou em cápsulas.
Os pesquisadores não encontraram evidências de que a prática previna a depressão pós-parto, melhore a disposição, estimule a amamentação ou fortaleça o vínculo entre mãe e bebê. Além disso, não há comprovação de que o consumo de placenta ajude na reposição de ferro no organismo.
Por Marina Moreira
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