Uma nova classificação da diabetes foi anunciada nesta quarta-feira (9) pela Federação Internacional de Diabetes (IDF). A novidade é o reconhecimento oficial da diabetes tipo 5, uma forma da doença que afeta principalmente adolescentes e jovens adultos magros, em países de baixa e média renda.
Essa nova categoria é resultado de anos de pesquisa liderados pela professora de Medicina Meredith Hawkins, fundadora do Instituto Global de Diabetes, da Faculdade de Medicina Albert Einstein, nos EUA.
Segundo Hawkins, muitos jovens estão sendo diagnosticados com essa forma da doença, que é bem diferente dos tipos mais comuns. “Os médicos ainda não sabem ao certo como tratar esses pacientes, que muitas vezes não sobrevivem mais de um ano após o diagnóstico”, explicou a pesquisadora.
A diabetes tipo 5 tem origem na desnutrição e afeta entre 20 e 25 milhões de pessoas, principalmente na Ásia e na África. O reconhecimento oficial veio depois de uma reunião internacional em janeiro de 2025, na Índia, com pesquisadores e representantes da IDF e da Associação Americana de Diabetes. A decisão foi validada durante o Congresso Mundial de Diabetes, em Bangkok, na Tailândia.
Agora, a IDF vai criar um grupo de trabalho exclusivo para tratar do tema, que será liderado por Hawkins. O objetivo é desenvolver diretrizes de diagnóstico e tratamento da nova classificação nos próximos dois anos.
Relembrando os tipos já conhecidos de diabetes:
Tipo 1: doença crônica, hereditária e não transmissível.
Tipo 2: ligada ao sobrepeso, sedentarismo e maus hábitos alimentares. O corpo não aproveita bem a insulina.
Tipo 3: ainda é uma teoria, que sugere relação entre resistência à insulina no cérebro e Alzheimer.
Tipo 4: mais rara, associada ao envelhecimento, mesmo em pessoas com peso normal.
Tipo 5: agora reconhecida oficialmente, relacionada à desnutrição.
Esse reconhecimento é um passo importante pra dar visibilidade a uma condição que atinge milhões de pessoas em situação vulnerável no mundo todo.
Por: Thays Garcia
