A 28ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, que acontece em Belém, tem se destacado não apenas pela vasta programação cultural e literária, mas também pelo compromisso com a inclusão e acessibilidade. A cada edição, novas medidas são implementadas para garantir que pessoas com deficiência, autistas e outros públicos com necessidades específicas possam participar plenamente do evento, sem barreiras.
Com o apoio do projeto Lamparina Acesa, da Universidade do Estado do Pará (Uepa), a feira conta com cerca de 50 voluntários por dia, que atuam em diferentes frentes: intérpretes de Libras, audiodescritores, guias-videntes e intérpretes-guia para surdocegos. Essa rede de apoio torna possível que o visitante cego, surdo ou com baixa visão, por exemplo, tenha autonomia para acompanhar rodas de conversa, palestras, lançamentos de livros e demais atividades da feira.
Outro ponto importante é a disponibilização de cadeiras de rodas, que ampliam a mobilidade dentro do espaço do evento. Assim, pessoas com mobilidade reduzida podem circular com conforto e tranquilidade.
Entre as novidades de 2025 está a criação de uma sala sensorial, um espaço preparado especialmente para acolher pessoas autistas e neurodivergentes. O ambiente foi pensado para oferecer conforto, com iluminação mais suave, estímulos táteis e acústica controlada. A iniciativa tem sido elogiada por famílias e visitantes, que destacam a sensibilidade em pensar em um espaço de acolhimento dentro de um evento de grande porte.
As histórias de quem participa mostram o impacto positivo dessas ações. O voluntário e deficiente visual Aguinaldo Barros reforça a importância do Lamparina Acesa:
“O Lamparina fortalece a presença de pessoas cegas no espaço comum, não só pela audiodescrição, mas pelo suporte humano que faz toda a diferença.”

Já o estudante autista Alexandre Monteiro, que visitou a feira no dia dedicado à Diversidade e Inclusão, também celebrou a experiência:
“Só de estar aqui já é uma experiência muito valiosa, ainda mais por ter espaços pensados pra gente.”
Com essas medidas, a Feira Pan-Amazônica do Livro se consolida como um dos eventos literários mais inclusivos do Brasil, mostrando que a cultura deve ser para todos. Além de estimular a leitura e a produção literária da região, o evento reforça valores de respeito, empatia e cidadania.
Em um mundo que ainda enfrenta tantos desafios em relação à acessibilidade, a iniciativa mostra que é possível construir espaços mais justos e diversos, onde cada pessoa pode se sentir representada e valorizada.
Imagem: Agência Pará