terça-feira, maio 20, 2025
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Museu Emílio Goeldi lança plataforma com dicionários multimídia para preservar línguas indígenas da Amazônia

Como parte da programação do Abril Indígena, o Museu Paraense Emílio Goeldi lançou oficialmente, neste sábado (19), uma plataforma digital com sete dicionários multimídia bilíngues que reúnem línguas indígenas da Amazônia brasileira. A iniciativa busca contribuir para a preservação, valorização e revitalização de idiomas em risco de extinção, como Kanoé, Oro Win, Puruborá, Sakurabiat, Salamãi, Wanyam, além do dicionário de Lugares Sagrados do povo Medzeniakonai.

Coordenado pela linguista Ana Vilacy Galúcio, pesquisadora titular do Museu, o projeto foi iniciado em 2019 a partir de uma demanda da própria comunidade indígena Kanoé, de Rondônia. O primeiro dicionário desenvolvido foi o Kanoé-Português, resultado de décadas de cooperação entre o Museu Goeldi e o povo Kanoé. Hoje, os dicionários também são utilizados por jovens indígenas como ferramenta de ensino e fortalecimento cultural.

A plataforma oferece acesso online e offline, com versões disponíveis em aplicativo para Android, HTML e PDF, o que permite o uso mesmo em áreas sem conexão com a internet. Cada dicionário apresenta palavras escritas, pronúncia em áudio, transcrição fonética, imagens ilustrativas e informações gramaticais organizadas por categorias. Além de valor educativo, os dicionários reforçam o compromisso histórico do Museu Goeldi com a pesquisa linguística, a formação de novos pesquisadores e a inovação tecnológica. A produção dos materiais é baseada em softwares de código aberto, desenvolvidos pela equipe do projeto, permitindo que outras instituições e comunidades adaptem o modelo para suas próprias línguas.

A metodologia já vem sendo utilizada por novos pesquisadores, como Matheus Soares, que produziu o dicionário Puruborá-Português como parte de seu trabalho de conclusão de curso. Os dados foram reunidos principalmente a partir de registros feitos com os anciãos do povo Puruborá. Segundo o professor indígena Mário Puruborá, o material tem sido fundamental no processo de ensino da língua entre os mais jovens. “Se na minha época tivesse um material como esse, eu teria aprendido mais rápido. É muito completo, tem todas as informações ali”, afirma.

Com o lançamento da plataforma e o avanço do projeto, o Museu Goeldi reafirma seu papel na valorização da diversidade linguística e cultural do Brasil, em especial da Amazônia, uma das regiões com maior riqueza linguística do planeta.

Por: Thays Garcia

Imagem: Divulgação Gov

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