Dados do Cepea da Universidade de São Paulo apontam para uma baixa de 14 a 18 centavos por quilo; queda pode estar relacionada à sazonalidade
As previsões de queda do preço do frango no Brasil após o caso de gripe aviária não se confirmaram. Uma semana após a confirmação do primeiro caso em granja comercial, os preços no atacado caíram, mas bem pouco: de 1% a 2%.
Em uma semana, o quilo do frango no atacado caiu entre 14 e 18 centavos. O dado é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.
Na quinta-feira, 15 de maio, o frango congelado era negociado, na média, a R$ 8,70 no mercado paulista. No mesmo dia, o frango resfriado tinha valor médio de R$ 8,81. Na sexta, quando foram confirmados os primeiros casos, o mercado operou com volumes restritos – e o preço foi mantido.
Nesta semana, os valores caíram, mas apenas alguns centavos. Na sexta (23), o congelado era negociado de R$ 8,56 e o resfriado, a R$ 8,63. Os valores indicam queda de 1,6% para o frango congelado e recuo de 2% para o resfriado.
Segundo o Cepea, o caso de gripe aviária “mantém o setor nacional em estado de alerta” e a queda do preço observado em São Paulo pode ter relação à sazonalidade, e menos ao caso de gripe aviária.
“As cotações estão em queda, mas esse movimento, se deve sobretudo ao comportamento sazonal típico de segunda quinzena do mês, quando o poder aquisitivo da população tende a se retrair e resultar em diminuição na demanda”, cita o Cepea em análise sobre o mercado de frango.
No Rio Grande do Sul – foco da doença, o Cepea nota que os preços da carne de frango se mantêm estáveis.
Há relatos de que produtores têm estocado a carne de frango à espera do fim da suspensão das compras do Brasil. Isso estaria limitando o esperado aumento da oferta de aves ao mercado brasileiro. Ou seja, impediria a queda de preços.
“O Cepea destaca que a cadeia avícola nacional, com apoio das esferas públicas e privadas, tem condições de controlar rapidamente a situação sanitária e negociar a retomada e flexibilização dos embarques com seus principais parceiros comerciais, minimizando os impactos sobre a cadeia”, cita a entidade.
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