Após dias de apreensão, o meia Jaderson, do Clube do Remo, apresentou evolução clínica significativa e deixou a fase mais delicada de recuperação, após o traumatismo craniano sofrido no primeiro clássico Re-Pa da final do Campeonato Paraense 2025. Segundo o departamento médico azulino, o jogador está vivendo “os melhores dias” desde a internação na UTI.
A atualização do estado de saúde foi dada durante coletiva nesta terça-feira (13), com a presença do presidente do clube, Antônio Carlos Teixeira, o chefe médico Jean Klay e o neurocirurgião Amilton Júnior. Eles explicaram que, após uma fase de pioras progressivas consideradas naturais para o tipo de lesão o jogador começou a reagir melhor clinicamente desde segunda-feira (12).
“Domingo foi o dia mais crítico. Optamos por sedá-lo mais, para evitar o impacto emocional da final. Depois da vitória, levei a medalha até ele. Coincidência ou não, a melhora foi impressionante”, relatou Jean Klay.
Recuperação sem pressa
Apesar do avanço, o retorno de Jaderson aos gramados ainda não tem data definida. O foco atual é a estabilidade clínica. “É cedo para prever qualquer volta. Talvez em 30 dias ele possa fazer alguma atividade, mas nada é garantido ainda”, avaliou o neurocirurgião Amilton Júnior.
Alerta ao futebol paraense
O caso de Jaderson pode representar um divisor de águas no futebol local. Jean Klay defende a criação de um “VAR médico”, com suporte em exames de imagem para detectar concussões que passam despercebidas em campo. “Não dá para avaliar só com o olho humano. Precisamos rever os protocolos. O caso do Jaderson é inédito na literatura esportiva”, alertou. Enquanto a torcida aguarda, o clube segue monitorando o camisa 10 de perto e reforça que o cuidado com a vida está acima de qualquer outra prioridade
Imagem: Samara Miranda (Ascom Clube do Remo)