Durante cinco séculos, acreditou-se que a hanseníase, popularmente conhecida por lepra, uma doença que afeta principalmente a pele, os nervos periféricos, os olhos e as vias aéreas superiores, causada pela bactéria Mycobacterium leprae, havia sido introduzida nas Américas pelos colonizadores europeus, pelos africanos tornados escravos e pelos indianos levados para as Guianas também como escravos. Um estudo publicado no volume 388, em maio passado, pela revista Science, no entanto, mostra que a história da hanseníase é bem diferente do que se acreditava: antes mesmo da chegada daquelas correntes migratórias, a hanseníase já estava presente nas Américas. A constatação deve-se à descoberta da presença de outra bactéria, o Mycobacterium lepromatosis, na ossada de indígenas pré-colombianos no Canadá e na Argentina.

A descoberta foi realizada por pesquisadores da Universidade do Colorado e por cientistas de outras instituições com quem a universidade norte-americana tem parceria, como o Laboratório de Dermatologia e Imunologia da UFPA, coordenado pelo médico Claudio Guedes Salgado, professor titular do Instituto de Ciências Biológicas da UFPA, que é um dos autores do artigo.
Por Walter Pinto/Imagens: Arquivo pessoal/Portal da UFPA
