Os paraenses encerraram o ano passado com os preços dos alimentos básicos mais caros. Segundo as pesquisas realizadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – DIEESE/PA, no mês passado (Dezembro/2024), o custo da Cesta Básica de alimentos voltou a apresentar alta. No período analisado, a cesta comercializada em Belém custou R$ 665,83 apresentando um reajuste médio de 0,42% em relação ao mês anterior (Novembro/2024).
As pesquisas do DIEESE/PA verificaram também que no mês passado, a maioria dos 12 produtos básicos que compõem a Cesta Básica ficou mais caro. Os maiores reajustes de preços ocorreram nos seguintes produtos: Óleo de soja, com alta de 12,24% seguido da carne bovina, com alta de 3,89%; café, 3,78%; arroz, 1,10%; banana, 1,09%; açúcar, 0,71% e a manteiga, com alta de 0,09%. Ainda no mês passado, apenas o feijão apresentou recuo de preço, com queda de 5,57%, seguido do tomate, queda de 4,74%, e do leite com queda de 1,92%.
As análises do DIEESE/PA mostram que, no mês de Dezembro, se considerado o gasto total da Cesta Básica para uma família paraense, composta por dois adultos e duas crianças, o desembolso total giraria em torno de R$ 1.997,49 sendo necessários aproximadamente 1,41 salários mínimos (baseado no valor atual de R$ 1.412,00) para garantir as mínimas necessidades do trabalhador e sua família na aquisição dos alimentos básicos. Ainda no mês passado, para comprar os 12 itens básicos da cesta de alimentos, o trabalhador paraense comprometeu mais da metade (50,98%) do antigo Salário Mínimo de R$ 1.412,00 (valido até 31.12.24) e teve que trabalhar cerca de 103 horas e 44 minutos das 220 horas previstas em Lei.
NO ANO
O Balanço realizado pelo DIEESE/PA, tomando como base todo o ano de 2024 (Janeiro-Dezembro) mostra que o custo total da Cesta Básica de alimentos dos paraenses acumulou alta de 3,16%.
No período analisado, segundo as pesquisas do DIEESE/PA, a maioria dos alimentos básicos que compõem a cesta básica ficou mais cara e, em muitos casos, com reajustes superiores à inflação estimada em torno de 4,50% para o mesmo período, como é o caso do café, com um reajuste acumulado de 43,04%, seguido do óleo, com alta de 38,96%; arroz, alta de 19,29%; leite, alta de 16,19%; banana, alta de 11,62%; carne bovina, alta de 11,28%; manteiga, alta de 8,41%; farinha de mandioca, alta de 4,14% e o pão, com alta de 1,02%. No ano passado, apenas três produtos acumularam recuos de preços, são eles: yomate, com queda de 22,90%, seguido do aúcar, com queda de 10,55%, e do feijão, com queda de 8,68%.
Tabela 1
Comparativo dos preços médios dos produtos e custo da Cesta Básica de Alimentos dos paraenses no mês de dezembro e no ano de 2024 (Jan-Dez)
Produtos | Qtd | Preços médios | Variação | ||||
Dez/2024 R$ | Nov/2024 R$ | Jan/2024 R$ | Dez/2023 R$ | No mês % | No ano % | ||
Carne | 1,00 kg | R$ 40,63 | R$ 39,11 | R$ 37,12 | R$ 36,51 | 3,89% | 11,28% |
Leite | 1,00 l | R$ 8,18 | R$ 8,34 | R$ 6,58 | R$ 7,04 | -1,92% | 16,19% |
Feijão | 1,00 kg | R$ 6,10 | R$ 6,46 | R$ 7,87 | R$ 6,68 | -5,57% | -8,68% |
Arroz | 1,00 kg | R$ 7,36 | R$ 7,28 | R$ 7,11 | R$ 6,17 | 1,10% | 19,29% |
Farinha | 1,00 kg | R$ 10,82 | R$ 10,82 | R$ 10,46 | R$ 10,39 | 0,00% | 4,14% |
Tomate | 1,00 kg | R$ 7,24 | R$ 7,60 | R$ 9,61 | R$ 9,39 | -4,74% | -22,90% |
Pão | 1,00 kg | R$ 15,77 | R$ 15,77 | R$ 15,65 | R$ 15,61 | 0,00% | 1,02% |
Café | 1,00 kg | R$ 50,02 | R$ 48,20 | R$ 35,04 | R$ 34,97 | 3,78% | 43,04% |
Açúcar | 1,00 kg | R$ 5,68 | R$ 5,64 | R$ 6,34 | R$ 6,35 | 0,71% | -10,55% |
Óleo | 900 ml | R$ 9,63 | R$ 8,58 | R$ 8,30 | R$ 6,93 | 12,24% | 38,96% |
Manteiga | 1,00 kg | R$ 63,96 | R$ 63,90 | R$ 56,14 | R$ 59,00 | 0,09% | 8,41% |
Banana | 1 dúzia | R$ 10,18 | R$ 10,07 | R$ 9,16 | R$ 9,12 | 1,09% | 11,62% |
Cesta básica | R$ 665,83 | R$ 663,02 | R$ 656,78 | R$ 645,44 | 0,42% | 3,16% |
Fonte: DIEESE/PA
BALANÇO NACIONAL
Conforme o Balanço Nacional da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, realizado pelo DIEESE, no final do ano passado (Dezembro/2024), o valor da Cesta Básica aumentou em todas as 17 capitais pesquisadas. São Paulo foi a capital que apresentou o maior valor da Cesta Básica de alimentos alcançando o custo total de R$ 841,29; já o menor valor apurado foi registrado em Aracaju, com o custo de R$ 554,08.
A pesquisa mostra ainda que Belém do Pará registrou a 12ª posição com o maior custo total da Cesta Básica de alimentos entre as demais capitais brasileiras pesquisadas pelo DIEESE. Em termos de variação, ainda no mês de Dezembro/2024, Natal foi a cidade que apresentou o maior reajuste percentual no custo total da Cesta Básica em relação ao mês de Novembro/2024, registrando alta de 4,01%.
Os dados do Balanço Nacional da Pesquisa da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE para o todo o ano de 2024 (Janeiro-Dezembro) mostram que, a capital João Pessoa foi a que acumulou o maior reajuste, alcançando 11,91% de alta, seguida de Natal, com alta de 11,02% e São Paulo, com alta acumulada de 10,55%.
O ano de 2024 encerrou com todas as 17 capitais pesquisadas pelo DIEESE/PA apresentando elevação no custo da Cesta Básica de alimentos.
Com base na cesta mais cara, que, em dezembro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em dezembro de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 7.067,68 ou 5,01 vezes o mínimo de R$ 1.412,00 (que vigorou até 31.12.24).
Tabela 2
Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos
Custo e variação da cesta básica em 17 capitais
Brasil – Dezembro de 2024
Capital | Valor da cesta R$ | Variação mensal (%) | Porcentagem do Salário Mínimo Líquido | Tempo de trabalho | Variação no ano de 2024 (%) |
São Paulo | 841,29 | 1,56 | 64,41 | 131h05m | 10,55 |
Florianópolis | 809,46 | 1,23 | 61,98 | 126h07m | 6,72 |
Porto Alegre | 783,72 | 0,39 | 60,00 | 122h07m | 2,24 |
Rio de Janeiro | 779,84 | 0,28 | 59,71 | 121h30m | 5,58 |
Campo Grande | 770,35 | -0,27 | 58,98 | 120h02m | 10,41 |
Vitória | 747,42 | 2,88 | 57,23 | 116h27m | 8,5 |
Brasília | 743,19 | 0,13 | 56,90 | 115h47m | 6,36 |
Curitiba | 741,9 | 0,34 | 56,80 | 115h35m | 6,41 |
Goiânia | 732,5 | 0,67 | 56,08 | 114h08m | 9,43 |
Belo Horizonte | 694,77 | 1,15 | 53,19 | 108h15m | 5,86 |
Fortaleza | 673,77 | 1,48 | 51,59 | 104h59m | 6,88 |
Belém | 665,83 | 0,42 | 50,98 | 103h44m | 3,16 |
Natal | 617,32 | 4,01 | 47,26 | 96h11m | 11,02 |
João Pessoa | 606,91 | 2,72 | 46,47 | 94h34m | 11,91 |
Recife | 588,35 | 1,76 | 45,05 | 91h40m | 9,34 |
Salvador | 583,89 | 1,58 | 44,70 | 90h58m | 4,12 |
Aracaju | 554,08 | 3,90 | 42,42 | 86h20m | 7,12 |
Fonte: DIEESE
Imagem: Nazaré Sarmento/Ronabar