Após a descoberta de que uma mulher escondeu o cadáver da mãe por seis meses em casa na esperança de que suas orações o ressuscitassem, vizinhos relataram à imprensa que ela mentia dizendo que havia enterrado a matriarca há três meses.
Em entrevista ao jornal O Globo, um comerciante da região, que fica na Vila da Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, afirmou que, antes de morrer, Maria Auxiliadora de Andrade Santos, de 75 anos, era uma idosa ativa. Ela caminhava pelo bairro e ia para a igreja com uma amiga.
Entretanto, desde o fim de março deste ano, Maria não foi mais vista. A filha, de 50 anos, dizia que a mãe estava com problema de saúde e não podia receber visitas.
“Ela era uma senhora ativa, sempre passava aqui pela rua para ir à igreja. De uns tempos para cá, ela sumiu. Outra senhora, que ia com ela ao culto toda semana, foi a primeira a perguntar, e a filha disse que ela estava com uns problemas de saúde. Sempre enrolava dizendo que não podíamos visitá-la. Coisa de uns três meses, a filha disse aos vizinhos que a mãe teria falecido e a família não teve tempo de comunicar sobre o enterro”, relatou o comerciante.
Um morador do prédio que também não quis se identificar disse que não sentia odor vindo do apartamento, mas que o imóvel passou a estar sempre fechado.
“A única coisa que a gente percebeu é que o apartamento passou sempre a estar fechado, mas o cheiro ruim não tinha. Não senti nem ouvi isso de ninguém. A dona Maria Auxiliadora sempre morou aqui. Antes era com o marido, o filho e a filha, mas depois o companheiro faleceu. O filho também acabou morrendo de Covid, então ficaram só elas duas”, relatou a fonte.
Outro vizinho disse que a filha de Maria era farmacêutica e estaria usando formol para mascarar o cheiro de decomposição do corpo da mãe.
“Ela andava com uma feição meio estranha. O comportamento também mudou, não parecia estar bem nem se comportar como a conhecíamos, mas nada que a gente pudesse imaginar que estaria acontecendo uma coisa dessa. Ela era farmacêutica. Pelo que vimos e soubemos nos comentários aqui da rua no sábado, ela estaria manipulando remédios e formol para manter o corpo com menos cheiro”, acrescentou.
A situação foi descoberta no último sábado, 08, após a neta de Maria acionar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para atender a mãe, que estaria sentindo dores no peito. Ao chegarem ao local, os socorrisrras atenderam a mulher, mas antes de irem embora notaram um odor que vinha de um quarto trancado. Eles arrombaram o cômodo e encontraram o corpo.
“O que ficamos sabendo aqui foi que ela se sentiu mal e pediu ajuda para a filha, de 22 anos. A mãe já beira os 50 anos. A filha dela ligou para o Samu. Quando os médicos vieram, acabaram descobrindo tudo. Foi uma surpresa para a gente, um caso assustador. Ninguém imaginava isso”, adicionou a fonte.
O caso está sob a investigação da 27ª DP.
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