sexta-feira, setembro 20, 2024
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Breu Branco é a nova rota do esquema milionário de manganês ilegal no Pará

Enquanto a Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal – Demapa e Polícia Federal seguem as investigações de extração e exportação ilegal de manganês, liderado pelo empresário Jamil Silva Amorim, nos municípios de Marabá e Barcarena, o grupo encontra nova rota de estoque e exportação de minério pelo município de Breu Branco, no sudeste paraense. O esquema segue a todo vapor.

Na sexta-feira (12/07), a Polícia Federal fez busca e apreensão no Edifício City Bay, na capital paraense, para cumprir mandado na residência do empresário Jamil Silva Amorim, que está em vias de deixar o país e é investigado pelo esquema milionário de extração e exportação ilegal de minério de manganês, no município de Marabá. No mês de Junho passado, a PF fez apreensão de mais de 30.000 toneladas de minério ilegal de manganês de propriedade do investigado, mas o grupo segue desafiando a PF e Polícia Civil.

O empresário não foi localizado no Estado pela Policia Federal, mas foi visto no bairro dos Jardins, em São Paulo, em um condomínio de luxo, chamado “Bauman Jardins”, onde, segundo informações, está residindo no quinto andar. De lá, continua dando as ordens a Juscelino Kubstchek Pereira da Silva, conhecido como “JK”, responsável pela venda e transporte do minério ilegal através da empresa Trans Norte Empreendimentos e Locação de Máquinas, conforme aparece nas inúmeras notas fiscais “frias” emitidas em nome da empresa de ropriedade de jamil Amorim.

USIPAR

Desta vez, o grupo está operando ilegalmente em uma área da antiga Usipar, localizada no Município de Breu Branco, para estocar minério extraído da área conhecida como “Cega Segue”, a famosa Mina do “Dão”, localizada em Marabá, às proximidades de Capistrano de Abreu. O empresário ainda usa licença ambiental em nome da empresa de sua propriedade, localizada na Vila Capistrano de Abreu, em Marabá, que foi suspensa pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade – Seamas e faz uso de título minerário suspenso pela Agência Nacional de Mineração, para ter acesso ao mercado de exportação.

O delegado Aurélio Paiva, da Políciua Civil, dia que Jamil Amorim age de forma a não temer as autoridades, desafia os órgãos ambientais estaduais e federais. O registro fotográfico da área demonstra o tamanho da propriedade usada, como um armazém a céu aberto para o estoque de minério ilegal de manganês que é movimentado diariamente nas rodovias do Estado, com o uso de notas fiscais falsas e destino final de exportação para China, pelo Porto de Itaqui, no Maranhão.

DENÚNCIAS

Muitas já foram as denúncias feitas, mas o alicerce do grupo parece ser colossal, diante da forma explícita como atuam. No meio empresarial, Jamil declara que conta “com advogados que possuem livre cesso às dependências do Tribunal de Justiça do Estado”, além de todo aparato para a operação fraudulenta, tendo engenheiro de Minas exclusivo, que elabora os projetos das áreas, além de receber suporte de suas fiéis transportadoras de minério, a empresa VLI Multimodal SA, a Trans Norte Empreendimentos e Locação de Máquina LTDA, e a empresa Transganso Construções – ME, que constam em todas as notas fiscais emitidas pela empresa do investigado, como responsáveis pelo transporte das cargas de manganês apreendidas no Pará, tudo sob a condução de “JK”.

O líder do grupo, Jamil Amorim, declara em Notas Fiscais fraudulentas, que o minério extraído é oriundo da área de sua empresa de mineração, localizada em Marabá, na Vila do Capistrano, mas a Agência Nacional de Mineração já esteve no local e constatou que a área não foi explorada pela empresa. No mês de julho (07/2024) a Secretaria de Meio Ambiente o Estado – SEMAS/PA, juntamente com a Secretaria da Fazenda – SEFA, estiveram na localidade para confirmar o Laudo da ANM e, segundo informações, o imóvel encontra-se abandonado, sem qualquer indícios de extração mineral, demonstrando que as montanhas de manganês estocadas na área de Breu Branco e todo minério apreendido pela PF é fruto de mais uma ilegalidade, o que só confirma que o esquema segue firme, alimentando o mercado de raposas mineradoras no Pará.

DA FRAUDE

Jamil Amorim criou um CNPJ, colocou a atividade de mineração no cadastro, licenciou a área na SEMAS e na ANM. Os órgãos emitiram as licenças, mas a área permanece intacta, sem exploração e a empresa mineradora esquenta minério de áreas sem licenças para exportar o produto, colocando apenas na nota fiscal que o manganês é supostamente oriundo de área que possui licença, ludibriando as autoridades investigativas, sonegando impostos, causando verdadeiras destruições no solo paraense e confiando na certeza da impunidade.

Imagens: Reprodução

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