quinta-feira, julho 3, 2025
Desde 1876

Professor da UFPA mostra a arte de fazer teatro com bonecos

Imagine que hoje é domingo e você foi à casa dos seus avós. Lá toda a família está reunida. Após o almoço, você e seus primos se reúnem para brincar. De repente, aquele seu primo “café com leite” nas brincadeiras diz para todo mundo ouvir: “Hoje vamos ter uma surpresa!!!”, e aponta para a cozinha. Lá, as luzes estão apagadas, não se vê nada além de uma caixa de papelão em cima da mesa. Curiosos, todos se reúnem ao redor dela e tentam adivinhar que coisa vai acontecer ali. Em segundos, uma luz foca no centro da caixa e, de dentro dela, surge um boneco. E aí, conseguiu imaginar? Pois bem, essa é uma história real e aconteceu com o professor Aníbal José Pacha Correia.

Professor da Universidade Federal do Pará há 13 anos, Aníbal Pacha tem na arte o seu refúgio: além de ministrar aulas na Escola de Teatro e Dança da UFPA, ele também é bonequeiro, ou seja, confecciona bonecos e encena com eles. Entre suas criações mais famosas, está a Turma do Catalendas, programa infantil produzido e exibido, de 1999 a 2013, pela TV Cultura. E a mais recente, foi Tucũ, mascote da SBPC Jovem.

Mas antes de falar mais sobre o professor Aníbal, você sabia que existe uma diferença entre o teatro “de” bonecos para o teatro “com” bonecos? Pois é, no início, eu fiquei surpreso, mas, durante a entrevista, o professor me explicou que, quando se fala ‘com bonecos’ (termo utilizado pelo Grupo In Bust Teatro Com Boneco), a pessoa que dá vida ao boneco, o manipulador, também aparece à vista do público. Já no teatro ‘de bonecos’, somente o personagem aparece, enquanto o seu manipulador fica escondido. Lembra a história do início do texto? Ali, podemos dizer que era um teatro ‘de bonecos’. Num espetáculo teatral em que os bonecos são as personagens, você é convidado a dar asas à imaginação e entrar em contato com temas importantes não só para você, mas também para a plateia. A apresentação vai além de uma simples história, ela pode propor discussões sobre temáticas importantes, estimulando o público a refletir sobre um assunto.

“O boneco está no lugar da invenção, ele serve para provocar e reencantar o mundo, você [ator/ atriz] se torna um provocador criativo do processo. Isso é bacana, porque estimula o pensamento em todas as áreas. O teatro entretém, porém, além de divertir o público, ele estimula um pensar muito profundo”, conta o professor Aníbal Pacha.

Mas até chegar aos palcos, o boneco passa por um processo de construção, e a primeira etapa é você se perguntar por que deseja criá-lo, ou seja, para criar um boneco, é necessário ter um motivo, algo que vai inspirar sua criação. Em seguida, deixe sua imaginação fluir. “O motivo pode vir de vários lugares, pode ser um desejo, pode ser algo que eu tenho a dizer. Esse é o primeiro momento”, explica o professor. Depois, você vai criar uma história para esse personagem e, assim, terá “nascido” o seu espetáculo teatral. Aqui, em Belém (PA), o professor Aníbal possui um ambiente em que confecciona seus bonecos e expõe suas criações, o nome é Ateliê 705 – Casa de Bonecaria. “Quem nos visitar, vai conhecer um espaço de arte, porque é um ateliê residência: recebo atores, manipuladores e bonequeiros. Os visitantes verão bonecos pendurados e terão acesso a uma biblioteca de Arte, que pode ser consultada. O espaço ainda é particular, mas tem acesso tranquilo”, ressalta Aníbal Pacha. O ateliê fica localizado na Travessa Campos Sales, 705, bairro Campina, e funciona de segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 17h. Para visitá-lo, é necessário agendamento prévio por meio do telefone (91) 98116-9119.

Da Ascom/UFPA/Imagem: Divulgação

bn-avistao-300x100
bn-avistao-300x100

artigos relacionados

PERMANEÇA CONECTADO

48,930FansLike
3,618FollowersFollow
22,400SubscribersSubscribe
bn-avistao-320x320
bn-avistao-320x320
Webbanner_320x320px
Webbanner_320x320px

Mais recentes