Sebastião Salgado, um dos maiores nomes da fotografia mundial, morreu nesta sexta-feira (23), na França, aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra. O fotógrafo enfrentava complicações de saúde decorrentes de uma malária contraída nos anos 1990.
Mineiro de Aimorés, Salgado formou-se em Economia antes de se dedicar à fotografia, carreira que iniciou nos anos 1970 após viagens profissionais à África. Sua trajetória é marcada por imagens emblemáticas em preto e branco que denunciaram condições sub-humanas em mais de 40 países, sempre com foco na justiça social e na preservação ambiental.

Entre seus trabalhos mais icônicos estão as séries Outras Américas (1986), Trabalhadores (1997) que inclui o célebre registro dos garimpeiros da Serra Pelada e Êxodos, sobre migrantes e refugiados. Seu estilo humanista e sua busca por narrativas visuais profundas o tornaram referência mundial.
Além de inúmeras exposições e prêmios, Salgado também deixou sua marca com o Instituto Terra, dedicado à recuperação ambiental, e com o documentário O Sal da Terra (2015), dirigido por seu filho Juliano e Wim Wenders, indicado ao Oscar.
Nos últimos anos, o fotógrafo já havia anunciado a aposentadoria do trabalho de campo, citando problemas de saúde. Em uma de suas últimas entrevistas, refletiu: “Eu sei que não viverei muito mais. Mas eu não quero viver muito mais. Eu vivi tanto e vi tantas coisas”.
Sebastião Salgado morava em Paris com a esposa e parceira de trabalho, Lélia Wanick Salgado, e deixa dois filhos. Seu legado permanece como um dos mais importantes da fotografia humanitária e ambiental.
Por: Thays Garcia/ A Província do Pará
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