Com a expectativa de receber cerca de 50 mil visitantes durante a COP 30, motéis de Belém e região metropolitana estão se reinventando para atuar como alternativa de hospedagem durante o evento, que acontecerá em novembro. A cidade conta com cerca de 24 mil leitos formais, o que torna necessário ampliar as opções disponíveis.
A mudança no perfil dos motéis inclui a retirada de elementos eróticos como quadros sensuais, brinquedos e produtos íntimos e a inclusão de camas extras, como treliches, para acomodar grupos. Além disso, os estabelecimentos estão reforçando o enxoval de banho, aumentando o espaço de lavanderia e treinando funcionários para atender um público mais amplo, incluindo turistas estrangeiros.
Segundo a Associação Brasileira de Motéis (ABMotel), 550 dos 2.500 quartos disponíveis na região já estão prontos para locação diária, com capacidade para até 1.100 pessoas. No entanto, o número pode ser ainda maior, já que muitos motéis menores operam fora dos registros oficiais.
Um exemplo prático vem do empresário Yorann Costa, dono de um motel na avenida Perimetral, que adaptou quartos com treliches e decoração neutra para apresentar a delegações estrangeiras. As mudanças são flexíveis: os quartos são registrados em fotos e vídeos e só recebem a adaptação completa no momento do uso.
Mesmo enfrentando certa resistência por ainda haver preconceito em relação ao uso de motéis como hospedagem , Costa acredita que a localização privilegiada próxima aos locais da conferência pode fazer a diferença na escolha dos visitantes.
De acordo com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado do Pará, a prática de utilizar motéis como hospedagem temporária já é comum em grandes eventos, como o Círio de Nazaré. A COP 30, segundo o sindicato, deve repetir esse cenário.
Além dos motéis, outras soluções estão sendo estudadas, como o uso de escolas, reforma de prédios antigos e até a instalação de hotéis em navios de cruzeiro, sob responsabilidade da Embratur.
Imagem: Divulgação