O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou a crise em relação à cotação do dólar de “escorregada” e disse que é necessário “corrigi-la”. Ele apontou que a moeda estadunidense se valorizou em todo o mundo, mas reconheceu que a disparada no Brasil foi ainda maior.
– Temos de corrigir essa “escorregada” do dólar aqui. Não no sentido de buscar um nível de dólar, de mirar uma meta (…) Sempre que houver disfuncionalidade por incerteza, insegurança, no mercado de câmbio e juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido – declarou ele em café da manhã com jornalistas, em Brasília.
Para especialistas, a alta do dólar se deve a avaliação de que o pacote fiscal proposto pelo governo Lula (PT) não é suficiente para equilibrar as contas públicas, e ao anúncio da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$ 5 mil.
A moeda norte-americana chegou a R$ 6,30 esta semana, mas recuou após sucessivos leilões por parte do Banco Central. Somente nesta quinta-feira (19), foram leiloados 8 bilhões (R$ 49 bilhões).
Durante o café da manhã com jornalistas, Haddad abordou as medidas do BC. Ele também atribuiu a escalada da moeda estadunidense a problemas de comunicação.
– [O BC deve atuar] não buscando uma meta para o valor do dólar. Mas corrigir disfuncionalidades sim. E houve problema de comunicação no fim do ano que fez com que o dólar no brasil tivesse valorização mais forte do que nos pares. É preciso corrigir a comunicação, tomar medidas e fazer com que isso traga o câmbio não para um patamar especifico, mas para uma situação de funcionalidade – declarou.
Fonte: Pleno News/ Foto: Ricardo Stuckert/PR