A influenciadora e empresária Virgínia Fonseca movimentou a internet nesta terça-feira (13) ao comparecer como principal testemunha na CPI das Bets, no Senado Federal. A presença da criadora de conteúdo atraiu uma multidão virtual: a transmissão ao vivo da TV Senado no YouTube ultrapassou 50 mil espectadores, impulsionada principalmente pelos seus fãs.
Nos comentários da live, as opiniões se dividiram. Enquanto alguns elogiaram a visibilidade que Virgínia trouxe à audiência “Ela vai sair de lá com mais três contratos”, brincou um internauta outros criticaram o tom descontraído de parte do público. “Isso não é brincadeira! Parem de tratar como piada”, escreveu um usuário.
Virgínia foi convocada a depor em dezembro do ano passado, a pedido da relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que afirmou ser necessário entender o papel dos influenciadores de grande alcance na promoção de jogos de azar e apostas online. Segundo Soraya, a influenciadora esteve envolvida em campanhas publicitárias de casas de apostas nos últimos anos.
Ao lado do marido, o cantor Zé Felipe, Virgínia fez propagandas para duas plataformas populares: Esportes da Sorte e Blaze ambas com autorização do Ministério da Fazenda para operar legalmente no Brasil. A CPI das Bets investiga os impactos dessas plataformas no orçamento das famílias brasileiras e possíveis conexões com crimes financeiros.
Durante o depoimento, houve momentos de tensão e ironia. A senadora Soraya comentou: “Como a senhora está bem disposta a colaborar com a CPI das Bets, vai ganhar uns 10 milhões de seguidores.” Virgínia respondeu com naturalidade: “Ou perder, né.” Em outro trecho, Soraya alfinetou: “Então a senhora consegue influenciar milhões de brasileiros, mas não consegue influenciar seu marido e sua mãe?”
Virginía, que soma mais de 53 milhões de seguidores no Instagram, é fundadora da marca de cosméticos WePink e mãe de três filhos. Disse não se arrepender das campanhas que fez para as casas de apostas e declarou que não tem como “socorrer seguidores”, sugerindo que o papel de influenciador não deve ser confundido com responsabilidade sobre decisões individuais do público.
A agenda da CPI também prevê o depoimento da ex-BBB Adélia Soares, advogada da influenciadora Deolane Bezerra. Adélia é dona de uma empresa investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal por supostamente funcionar como fachada de uma organização estrangeira que opera ilegalmente jogos de azar no Brasil.
A relatora da CPI considera os depoimentos de celebridades digitais fundamentais para compreender como as estratégias de marketing têm sido usadas para atrair novos apostadores no país especialmente entre os mais jovens.
Por Thays Garcia/ A Província do Pará
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