A candidatura do deputado federal Eder Mauro, do PL, à Prefeitura de Belém, passou da especulação à confirmação na manhã desta sexta-feira, 28. O anúncio foi feito pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem Eder Mauro é tanto próximo quanto defensor ferrenho em Brasília. Esse era, inclusive, um dos pontos de dúvida quanto à disputa: a possível perda de um nome de peso em favor do ex-presidente, em Brasília.
Bolsonaro estará em Belém, junto com a esposa Michele, no próximo domingo, 30, onde cumpre uma série de agendas com políticos e apoiadores da direita, inclusive com almoço programado em um restaurante regional no Distrito de Icoaraci. O ponto alto da concentração será na Doca, onde detalhes do apoio à candidatura de Eder Mauro serão pronunciados pelo ex-presidente da República, em palanque. De Belém, Bolanaro segue para o sudeste do Pará, onde fará o lançamento de outras candidaturas.
A situação de Eder Mauro foi bastante discutida entre a cúpula local e a direção nacional do PL. Uma das conclusões pelo lançamento da candidatura é a de que, se por um lado o time de Brasília perde, por outro, o partido ganha, já que, com a prefeitura de uma capital nas mãos, a sigla pode ser fortalecida com a ocupação de secretarias e demais cargos estratégicos por nomes importantes do partido. É possível abraçar muito mais gente com uma prefeitura do que com um cargo de deputado federal, em Brasília.
ESTRATÉGIA
A antecipação do anúncio da candidatura de Eder Mauro – já que a ideia era fazê-lo apenas no domingo, diante dos apoiadores que comparecem à Doca de Souza Franco – atende a dois aspectos previsíveis: o primeiro é aumentar a quantidade de pessoas que teoricamente declaram apoio a Eder Mauro. Ir ao evento para apoiar um pré-candidato declarado é mais motivador do que comparecer para tirar uma dúvida. Depois, porque Eder Mauro não tem muito mais o que crescer nas pesquisas com o anúncio do ex-presidente.
Dentro de uma análise política, o anúncio de Bolsonaro consolida os votos que o deputado federal já possui, mas não dá certeza de que indecisos, brancos ou nulos e nem mesmo eleitores de outros candidatos migrem para Eder Mauro pelas simples palavras do presidente.
O mais provável, como sempre se vê em campanhas como a desenhada no cenário local, é que Eder Mauro desidrate, dada a quantidade de concorrentes com força suficiente para sugar votos de adversários. Como ele lidera, é natural que, dele, saia mais votos para os demais.
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