sexta-feira, outubro 17, 2025
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Planalto não descarta encontro Lula-Trump na ONU

Nesta sexta-feira (1), o presidente dos EUA disse que o petista pode ligar para ele “a qualquer momento” e declarou: “eu amo o povo brasileiro”

Daniel Rittner, da CNN

Antes mesmo das declarações de Donald Trump, auxiliares diretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já vinham falando na possibilidade de um encontro entre os dois à margem da Assembleia Geral da ONU, que ocorre em Nova York na segunda semana de setembro.

Obviamente é um encontro que demandaria preparativos, organização minuciosa e disposição de ambos. Por enquanto, é apenas uma hipótese admitida pelo Palácio do Planalto – não algo já sendo efetivamente montado.

No entanto, depois do alívio no tarifaço de Trump com exclusões que abrangem mais de 40% das exportações brasileiras aos Estados Unidos, o governo brasileiro avalia que canais diplomáticos estão sendo construídos.

O presidente dos americano disse nesta sexta-feira (1°) que Lula pode ligar para ele “a qualquer momento” para discutir tarifas e outros conflitos entre os países.

Em entrevista à jornalistas na Casa Branca, Trump afirmou: “Ele [Lula] pode falar comigo quando quiser. Vamos ver o que acontece, eu amo o povo brasileiro”; e finalizou afirmando que “as pessoas que governam o Brasil fizeram a coisa errada”.

O vice-presidente Geraldo Alckmin tem conversado com o secretário de Comércio, Howard Lutnick, e o chanceler Mauro Vieira se encontrou com o secretário de Estado, Marco Rubio, em Washington. Foi a primeira conversa entre Vieira e Rubio desde a posse de Trump.

Para auxiliares de Lula, está fora de cogitação um encontro entre os dois na Casa Branca, mesmo que houvesse um convite do presidente americano.

As cenas protagonizadas por Trump nas reuniões com o ucraniano Volodymyr Zelensky e com o sul-africano Cyril Ramaphosa mostram, na avaliação do Palácio do Planalto, que há risco enorme em colocar Lula frente a frente com ele no Salão Oval.

Conforme um assessor direto do petista, há risco de todo tipo de imprevisibilidade, como uma tentativa de constrangimento por parte de Trump e de irritação por parte de Lula.

O melhor, comenta-se no entorno de Lula, seria um encontro em campo de jogo neutro e longe dos holofotes. A Assembleia Geral da ONU é vista como uma oportunidade para isso.

Uma ligação entre os dois foi descartada nas vésperas do tarifaço pelo entendimento, da maioria dos conselheiros próximos de Lula, de que seria interpretado como um “gesto de desespero” ou um “sinal de fraqueza” do presidente brasileiro nas negociações.

A interpretação majoritária, no entorno do petista, é de que Trump não respeita líderes mundiais que fazem apelos para escapar de “punições” da Casa Branca e, portanto, seria inócuo ou até mesmo contraproducente telefonar nos dias prévios ao anúncio definitivo das tarifas.

Agora, porém, pessoas próximas a Lula avaliam que é hora de reforçar os canais de negociação e que uma ligação não deve ser descartada.

Para isso, no entanto, reforçam que Trump não deve pressionar por temas alheios ao governo e que competem exclusivamente ao STF (Supremo Tribunal Federal), como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na ONU, cabe tradicionalmente ao presidente brasileiro fazer o discurso inaugural dos trabalhos na Assembleia Geral. O líder americano vem imediatamente em seguida.

Ainda que não tenham uma breve reunião de trabalho, é praticamente inevitável que os dois se esbarrem rapidamente.

Reprodução

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