Com inteligência artificial do programa SmartSampa, equipamento reconhece placas de veículos furtados e pessoas procuradas pela Justiça
Guilherme Gama, da CNN
Na cidade de São Paulo, 100 câmeras do programa Smart Sampa devem ser acopladas em motos da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar (PM). O anúncio oficial e a entrega do equipamento deve acontecer nesta segunda-feira (11), pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os dispositivos devem ser integrados à central de monitoramento e, ao cruzar a imagens captadas com o banco de dados da Justiça, agentes recebem os alertas “possibilitando abordagens mais rápidas e eficazes”, de acordo com a prefeitura.
“O objetivo da parceria entre Prefeitura e Governo do Estado é reforçar o combate a crimes envolvendo veículos furtados, roubados ou com placas adulteradas, além de ampliar a tecnologia de monitoramento urbano na capital”, afirmo o órgão municipal.
Em junho, sistema identificou 5.579 ocorrências envolvendo placas irregulares e, até a última quarta-feira (6), a cidade de São Paulo registrou a marca de 3.058 pessoas presas em flagrante com a tecnologia e reconhecimento facial.
PM terá bodycams com leitura de rostos e placas
No final do mês passado, a PM anunciou que deve implementar reconhecimento facial e leitura de placas nas câmeras corporais dos policiais. O objetivo é restringir o deslocamento de criminosos e aumentar as chances de prisão no território paulista.
Concluída a terceira fase de envio das novas câmeras com 8.123 equipamentos em funcionamento em São Paulo, a nova etapa prevê o que o total de câmeras atingirá 12 mil até o final do ano, ainda com o acréscimo de outras 3 mil câmeras em um aditivo contratual, até dezembro deste ano.
A previsão é de que a integração com IA no sistema ocorra no primeira semestre de 2026.
Especialistas alertam uso de IA na vigilância
Apesar dos resultados, o Panóptico, do Centro de Estudo de Segurança e Cidadania (CESeC), afirma que a tecnologia não demonstra “nenhuma alteração no aumento ou diminuição dos casos de furtos, roubos e homicídios na cidade”.
Ao custo de quase R$10 milhões ao mês, o programa que funciona desde novembro do ano passado, a não reduziu crimes (furtos, assaltos ou homicídios) e nem aumentou o número de cumprimento de mandados judiciais (apreensões de criminosos foragidos), de acordo com índices de produtividade policial analisados no estudo.
“Os erros de identificação documentados, a falta de regulação específica e o histórico de vieses raciais associados a esse tipo de tecnologia levantam preocupações sérias sobre o custo social do programa”, afirma a pesquisa.
Os pesquisadores criticam que, em um cenário de escassez orçamentária e serviços públicos precarizados,” é urgente reavaliar prioridades”.
Reprodução/ SmartSampa