segunda-feira, abril 21, 2025
Desde 1876

População espera resposta da Justiça sobre reajuste de passagens entre Belém e o porto do Camará, em Salvaterra

O reajuste das tarifas de transportes para a Ilha do Marajó causou uma revolta generalizada na população de Salvaterra. No último domingo, 16, a Associação dos Transportadores do Marajó – Atransmar realizou um protesto no porto do Camará, com o apoio de outras associações, empresários e da população.

As passagens de lancha para o Marajó foram reajustadas de R$ 45 para R$ 52. Na balsa, a passagem econômica (para pedestres) não sofreu reajuste, mas os valores dos veículos tiveram um aumento de 23%, e a sala executiva passou de R$ 10 para R$ 20, representando um aumento de 100%.

Na última sexta-feira, 14, foi protocolada uma representação junto à Promotoria de Justiça de Salvaterra (protocolo Nº 000256/2025-MP/PJS), solicitando a suspensão do aumento. Na terça-feira, durante uma reunião na Câmara de Vereadores com o Ministério Público, a Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos do Pará – Artran, a empresa Henvil, além de representantes das associações de caminhoneiros, de vans, da rede hoteleira e vereadores, foram apresentadas diversas reclamações contra o reajuste e a solicitação do fim do monopólio da empresa Henvil, que opera na linha Belém-Camará há 25 anos sem concorrência.

Na reunião, a promotora de Salvaterra solicitou a liberação imediata do porto da Foz do Rio Camará. Os caminhoneiros concordaram com a liberação, porém as comunidades quilombolas presentes não aceitaram liberar o embarque de caminhões nas balsas. Essas comunidades entendem que serão as mais afetadas pelo aumento dos preços, uma vez que os custos de transporte de materiais e produtos essenciais sofrerão acréscimos adicionais.

A situação é ainda mais grave considerando que muitas comunidades quilombolas estão localizadas em estradas vicinais de difícil acesso, e algumas, como as Quilombolas de Salvá e Mangueiras, só podem ser alcançadas por via fluvial.

Em resposta à resistência das comunidades, o Governo do Estado encaminhou força policial para garantir a liberação das vias de acesso ao porto da Foz do Rio Camará. Na manhã de ontem, quarta-feira, 19, pelo menos três pessoas foram detidas, e diversos vídeos e fotos publicados nas redes sociais mostram a violência da ação policial, que atingiu até mesmo crianças em uma escola da Comunidade Quilombola Campina Vila União. Moradores estão sendo aconselhados a realizar exame de corpo de delito para registrar as agressões.

No final da manhã, em nova reunião virtual entre a Henvil e os participantes da reunião de terça-feira, a empresa apresentou uma proposta de aumento imediato de 11% e um reajuste total a partir de 10 de junho de 2025. A proposta foi dirigida exclusivamente aos associados da Atransmar, que aceitaram o acordo.

A Promotoria de Justiça Titular da PJ de Salvaterra/PA encaminhou o protocolo Nº 000256/2025-MP/PJS para Belém, sob o entendimento de que se trata de uma questão de Direitos do Consumidor, sendo redistribuído para a Coordenação das Promotorias de Justiça de Defesa Comunitária, Cidadania e Direitos Constitucionais Fundamentais do Ministério Público do Pará (MPPA).

Segundo Ettiene Angelim, residente do Conselho Municipal de Turismo de Salvaterra, “entendemos que este acordo não beneficia toda a comunidade e apenas posterga um aumento ainda maior nos preços de produtos transportados para a ilha, como cesta básica, medicamentos, materiais de construção e combustíveis. Além disso, acreditamos que a truculência policial poderia ter sido evitada caso um representante do Governo do Estado estivesse disposto a dialogar com a comunidade sobre os índices do reajuste e a necessidade de abertura de concorrência pública para a linha Belém-Camará”.

Para Ettiene Angelim, “é importante destacar que essa mobilização contou com o acompanhamento dos vereadores Saulo Araújo, Jean Coelho e (de forma virtual) Juan Monteiro, de Salvaterra, além de Amanda Dias, de Soure. No entanto, não houve apoio de nenhum representante do Poder Executivo de Soure, Salvaterra ou Cachoeira do Arari”.

E continua:

“Pedimos que o Governo do Estado se posicione oficialmente sobre a revisão tarifária e a necessidade de concorrência no transporte para o Marajó. Além disso, solicitamos que o Ministério Público acompanhe de perto a situação, garantindo que os direitos dos consumidores e das comunidades locais sejam respeitados”.

NOTA DA HENVIL

A Henvil Transportes vem a público esclarecer que na terça-feira (18) e quarta-feira (19), participou de reuniões com dirigentes da Atransmar, para tratar sobre a negociação da tarifa de travessia  ferry boat para o Marajó . As conversas tiveram mediação da Promotoria de Justiça de Salvaterra. Durante as negociações, ficou acordado – entre representantes da Henvil e dirigentes da Atransmar, o escalonamento da aplicação do reajuste em duas parcelas para os associados da Atransmar:

11%, em caráter imediato

O restante do reajuste será aplicado a partir de 10 de junho (prazo de 80 dias). Esclarecemos ainda que não houve reajuste para os passageiros de classe econômica”.

Da Redação/Imagem: Reprodução

Cartão Afinidade 300x100
POUPANÇA BANPARÁ 300x100

artigos relacionados

PERMANEÇA CONECTADO

49,048FansLike
3,649FollowersFollow
22,300SubscribersSubscribe
POUPANÇA BANPARÁ 320x320
Cartão Afinidade 320x320
WebBanner_PaCaminhoFuturo_320x320px
GOVPA_HOSPMULHER_320x320
WebBanner_Desmatamento_PortalAProvínciadoPará_320x320px
WebBanner_TemCOP_320x320px

Mais recentes

×