O professor de educação básica, doutorando em História pela Universidade Federal do Pará e mestre em História pela mesma instituição de ensino superior, David R. Farias, irá lançar nessa quarta-feira, 21, a partir das 17h, na Feira do Livro, seção Vozes da Ancestralidade, no Hangar Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, a obra “Negócios e Destinos – O Comércio de Escravizados no Vale do Tocantins/PA (1842.1887)”, livro editado pela Editora Cabana, tem o patrocínio da Secretaria de Estado de Cultura – Secult.
Especialista em História Agrária da Amazônia pela UFPA, David Farias desenvolve pesquisas vinculadas à história da escravidão no Pará e história rural da Amazônia. Sócio-fundador do Instituto Histórico e Geográfico de Igarapé-Miri, no Baixo Tocantins, o autor já publicou dois títulos: “O Comércio de Escravos: Comarca de Igarapé-Miri” e “História Rural em Ambiente Amazônico (Org.”)
Ouvido pela reportagem, o historiador lembra que o comércio de escravos no antigo Vale do Tocantins, hoje Baixo Tocantins foi uma prática profundamente enraizada na sociedade e na economia do século XIX. Assim, “esta é uma obra que trabalha uma parte muito importante da história do Brasil que é essa questão do tráfico interno de escravizados a partir da segunda metade do século XIX. Mais especificamente na região da Amazônia, numa região específica da Amazônia que é o Vale do Tocantins, hoje Baixo Tocantins. Esses homens e mulheres tinha seus destinos constantemente modificados em função dessas transações comerciais, por esse comércio interno de escravos, o mercado de mão-de-obra que se estabeleceu no Brasil a partir da metade do século XIX por causa da suspensão do tráfico transatlântico de pessoas para serem escravizadas. Então, essa obra, mostra como essas pessoas tinham seus destinos permanentemente mudados. Para os senhores de escravos, não se tratava de outra coisa, a não ser um negócio. A perseguição aos escravos era outra coisa”, explica o autor.
Ainda segundo David Farias, havia toda uma legalização desses negócios com documentação cartorial. Desta forma, a obra procura mostrar o que acontecia na época do Brasil Colônia em relação aos escravos trazidos para o Estado do Pará, mais especificamente, para a região do Baixo Tocantins.
Disse, por fim, que é muito importante para ele participar da 17ª Feira do Livro como autor, especialmente por poder resgatar essa parte da história que se esqueceu de homens e mulheres anônimos que passaram pela região do Vale do Tocantins, especialmente dos municípios de Igarapé-Miri, Cametá e Mocajuba.
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